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Aumento global de preço de casas preocupa, diz FMI
Para o Fundo, valorização das residências se tornou uma das maiores ameaças à estabilidade econômica
Órgão não cita Brasil como preocupação; com alta de 7,4%, país teve 7º maior aumento no mundo no ano passado
O mundo precisa agir para conter o risco de mais uma devastadora crise na habitação, afirmou nesta quarta (11) o FMI, ao publicar novos dados que demonstram que os preços da habitação estão muito acima de suas médias históricas em muitos países.
O alerta do FMI mostra como uma aceleração nos preços mundiais da habitação, a partir de uma base já elevada, se tornou uma das maiores ameaças à estabilidade econômica, já que os países não vêm conseguindo grande progresso em manter os preços sob controle.
Min Zhu, vice-diretor-executivo do Fundo, afirmou que os instrumentos para controlar booms na habitação "ainda estão sendo desenvolvidos", mas que isso não deveria "servir como desculpa para a inação".
Os preços da habitação "continuam muito acima da média histórica na maioria dos países", com relação a rendas e aluguéis, disse Zhu em discurso no BC alemão na semana passada. O texto do discurso só foi divulgado na quarta-feira.
"Isso vale, por exemplo, para a Austrália, Bélgica, Canadá, Noruega e Suécia."
BRASIL
Em seu discurso, o dirigente do FMI não cita o Brasil. Os preços das residências no país subiram no ano passado 7,4% acima da sua média histórica, o sétimo maior avanço entre 52 países analisados pelo FMI.
Emílio Kallas, diretor de incorporação e terrenos urbanos do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), afirma que a alta de preços dos imóveis não representa riscos à economia do país.
De acordo com ele, os bancos são rigorosos ao conceder o financiamento imobiliário, e a elevação dos valores dos imóveis é causada por reflexo do crescimento dos custos de construção, e não por especulação.
Ele cita a alta do valor dos terrenos, os gastos com órgãos públicos e a burocracia no processo de licenciamento de projetos como alguns dos fatores que aumentam o custo para as empresas.
ALTA GLOBAL
O aumento global dos preços das casas é reflexo da recessão mundial, em que os dirigentes de bancos centrais decretaram reduções recorde nas taxas de juros, o que empurrou os valores dos imóveis para um patamar que o FMI considera como risco significativo para economias tão distintas como as de Hong Kong e Israel.
O novo índice mundial de preços da habitação do FMI mostra nova aceleração neste início de ano, com alta de 3,1% nos preços ante 2013.
Os valores estão subindo mais rápido nos países emergentes, com o maior aumento nas Filipinas (10%), seguida por Hong Kong, Nova Zelândia e.
"Em alguns casos os preços das casas estão se recuperando da forte correção que sofreram durante a Grande Recessão", disse Zhu.
"Em outros casos, os preços das casas mantiveram seu ritmo de alta com apenas uma ligeira atenuação durante a Grande Recessão", completou o dirigente do Fundo.