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Falta de 'espírito animal' segura o crescimento, diz diretor do BC

Para Luiz Awazu, após crise global, empresários não recuperaram disposição para empreender

Para executivos, fala soou como autocrítica dos reguladores e e reprimenda ao pessimismo empresarial

TONI SCIARRETTA MACHADO DA COSTA DE SÃO PAULO

Para o diretor de Assuntos Internacionais, Riscos e Regulação do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, o mundo não entrou em rota acelerada de crescimento apesar dos estímulos dos bancos centrais porque os empresários não recuperaram o "espírito animal".

A afirmação, que faz referência ao termo popularizado pelo economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946) para descrever o impulso que leva o homem de negócios a empreender, foi feita em evento de associação de empresas transnacionais, nesta sexta (22), em SP.

Segundo Awazu --um dos nomes mais cotados para substituir Alexandre Tombini em um eventual segundo mandato da presidente Dilma--, os BCs foram eficientes ao evitar uma depressão maior da economia usando métodos não convencionais em vez da redução dos juros.

Por métodos não convencionais, o diretor do BC se referia às sucessivas injeções maciças de recursos nos EUA, Europa e Japão. Isso, no entanto, não foi suficiente para o crescimento, porque os empresários não reagiram com investimentos.

Para empresários presentes ao evento, a falta de "espírito animal" no Brasil se deve principalmente a medidas do governo que aumentam a insegurança (leia a repercussão na página B2).

Segundo Awazu, há uma incerteza sobre o ritmo de recuperação que pode ser esperado no mundo, que sugere um patamar "novo normal" --limitações maiores e potencial menor de crescimento.

"A política monetária não convencional [estímulos] ainda não conseguiu reativar o espírito animal' do setor real e dos empreendedores. Essa reativação é um fenômeno complexo e não satisfatório."

O assunto é um dos temas da reunião neste final de semana dos banqueiros centrais em Jackson Hole, nos EUA (leia sobre a reunião no caderno "Mercado 2").

Awazu afirmou que não está claro como os reguladores podem ajudar nessa tarefa. Lembrou ainda que a retirada dos estímulos nos EUA não teve o efeito previsto no mundo emergente. "Falava-se em depreciação de moedas, perda de investimentos e de crise na Bolsa em razão de bolhas de crédito. Isso não aconteceu, mas houve uma revisão sistemática para baixo nas taxas de crescimento."

Awazu negou que o Brasil passe pela chamada "armadilha da renda média" --desaceleração quando a maioria da população atinge patamar superior de ganho mensal. "Temos um modelo sustentável de inclusão social."


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