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Geradores registram prejuízos bilionários
Com poucas chuvas, produção de energia cai e empresas enfrentarão um rombo de até R$ 3 bilhões em agosto
Sem chuvas, ONS mantém geração hidrelétrica baixa para evitar esvaziamento dos reservatórios
Geradores hidrelétricos devem enfrentar um prejuízo de até R$ 3 bilhões devido à baixa produção de eletricidade em agosto.
O rombo soma-se a outro, de até R$ 1,5 bilhão, aferido em julho, mas que ainda não foi anunciado.
A geração enfrenta crise por causa da pouca quantidade de chuvas em 2014. O ONS tem restringido a geração hidrelétrica para preservar os reservatórios, que estão em 32%.
Entre julho e agosto a situação agravou-se. Consultorias estimam, com base nos dados do ONS (Operador Nacional do Sistema), que o déficit de geração (diferença entre o que foi gerado e o que estava definido nos contratos) subiu para 13% em julho e deve fechar agosto em 16%.
Até junho, a geração estava, em média, 5,1% abaixo do que estipulam os contratos.
Como as companhias fazem contratos deixando de fora, como reserva, 5% de sua capacidade de geração, para o caso de eventual queda, os prejuízos foram menores no primeiro semestre. O maior, em junho, foi de R$ 890 milhões.
Para garantir a entrega do que definem seus contratos, os geradores precisam recorrer ao mercado de curto prazo, segmento no qual pode-se comprar e vender energia sem contratos, mas cujo preço é maior.
A média do preço nesse mercado, ficou em R$ 516,61 por megawatt-hora em julho e está em R$ 623,29 por MWh no mês de agosto.
Até empresas que possuíam um grau elevado de energia disponível descontratada, como a Cemig, que reservou 10% de sua capacidade de geração, deve sofrer com a queda na geração nesses meses. Como o deficit de geração em agosto foi de 16%, ela terá que pagar pelos 6 pontos.