São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Perto de fechar na China, Embraer vê concorrente crescer

Estatal anuncia encomenda de 240 jatos; brasileiros dizem que chineses não poderão suprir demanda local

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Enquanto a fábrica da Embraer na China, aberta há sete anos, vê o fechamento cada vez mais perto, o seu concorrente no país, a estatal Comac, anunciou a encomenda de 240 jatos regionais ARJ21-700 para o mercado local.
Com capacidades que variam de 70 a 80 passageiros, os aviões foram desenvolvidos por outra estatal, a Avic (Corporação de Indústria da Aviação da China).
É a mesma empresa sócia da Embraer na fábrica em Harbin, no nordeste da China, que será desmontada em março, caso não haja novos contratos.
As encomendas do ARJ21-700 foram feitas pela empresa estatal Chengdu Airlines, que opera voos regionais no oeste do país e tem a própria Comac como acionista. As primeiras unidades devem ficar prontas no ano que vem.
Já a fábrica da Embraer vai em sentido contrário: só tem quatro unidades para entregar, que devem estar prontas até o início do ano que vem. Depois, ficará inoperante.
São os últimos de um total de 25 aviões ERJ-145 (50 passageiros) para a empresa Hainan Airlines. O pedido original, feito em 2006, era de cem unidades, mas acabou reduzido à metade.
Como já não existe mais demanda mundial pelo ERJ-145, a Embraer quer fabricar na China o modelo ERJ-190, para cem passageiros, mas a China até agora não autorizou a produção. "Nós temos esperado e esperado e esperado", disse Luiz Carlos Aguiar, diretor-financeiro, à agência Dow Jones.
A demora de Pequim tem sido vista como parte do incentivo da China à sua nascente indústria no setor, que tem projetos em várias frentes e é uma das prioridades do do governo nacional.
Na categoria do ERJ 190, a Avic está desenvolvendo um novo modelo, ARJ21-900, com capacidade para 110 passageiros. O parceiro da estatal chinesa nesse projeto é a canadense Bombardier, concorrente da Embraer.
O principal argumento da Embraer é que as estatais chinesas serão incapazes de atender a demanda por jatos regionais, que seria de 950 até 2030. Desde que entrou no país, em 2000, a Embraer vendeu 105 aviões, dos quais 77 estão em operação.
Numa aparente tentativa de retomar as vendas na China, a Embraer anunciou ontem, na Exposição Aérea de Zhuhai, a mais importante do setor no país, um acordo de financiamento de US$ 1,5 bilhão com o braço de leasing da Avic.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Indústria Naval: OSX planeja instalar centro de pesquisa com a Hyundai no RJ
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.