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Perto de fechar na China, Embraer vê concorrente crescer
Estatal anuncia encomenda de 240 jatos; brasileiros dizem que chineses não poderão suprir demanda local
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Enquanto a fábrica da Embraer na China, aberta há sete anos, vê o fechamento cada vez mais perto, o seu concorrente no país, a estatal Comac, anunciou a encomenda
de 240 jatos regionais ARJ21-700 para o mercado local.
Com capacidades que variam de 70 a 80 passageiros,
os aviões foram desenvolvidos por outra estatal, a Avic
(Corporação de Indústria da
Aviação da China).
É a mesma empresa sócia
da Embraer na fábrica em
Harbin, no nordeste da China, que será desmontada em
março, caso não haja novos
contratos.
As encomendas do ARJ21-700 foram feitas pela empresa estatal Chengdu Airlines,
que opera voos regionais no
oeste do país e tem a própria
Comac como acionista. As
primeiras unidades devem ficar prontas no ano que vem.
Já a fábrica da Embraer vai
em sentido contrário: só tem
quatro unidades para entregar, que devem estar prontas
até o início do ano que vem.
Depois, ficará inoperante.
São os últimos de um total
de 25 aviões ERJ-145 (50 passageiros) para a empresa
Hainan Airlines. O pedido
original, feito em 2006, era
de cem unidades, mas acabou reduzido à metade.
Como já não existe mais
demanda mundial pelo ERJ-145, a Embraer quer fabricar
na China o modelo ERJ-190,
para cem passageiros, mas a
China até agora não autorizou a produção. "Nós temos
esperado e esperado e esperado", disse Luiz Carlos
Aguiar, diretor-financeiro, à
agência Dow Jones.
A demora de Pequim tem
sido vista como parte do incentivo da China à sua nascente indústria no setor, que
tem projetos em várias frentes e é uma das prioridades
do do governo nacional.
Na categoria do ERJ 190, a
Avic está desenvolvendo um
novo modelo, ARJ21-900,
com capacidade para 110
passageiros. O parceiro da
estatal chinesa nesse projeto
é a canadense Bombardier,
concorrente da Embraer.
O principal argumento da
Embraer é que as estatais chinesas serão incapazes de
atender a demanda por jatos
regionais, que seria de 950
até 2030. Desde que entrou
no país, em 2000, a Embraer
vendeu 105 aviões, dos quais
77 estão em operação.
Numa aparente tentativa
de retomar as vendas na China, a Embraer anunciou ontem, na Exposição Aérea de
Zhuhai, a mais importante
do setor no país, um acordo
de financiamento de US$ 1,5
bilhão com o braço de leasing da Avic.
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