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Egito ordena prisão de líder da Irmandade

Decisão contra Mohammed Badie, que está no comando supremo do movimento islamita, agrava crise política

No total, dez membros da organização tiveram detenção solicitada sob acusação de incitar manifestações violentas

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

A Justiça egípcia pediu, ontem, a prisão de Mohammed Badie, o líder supremo da Irmandade Muçulmana, em gesto que deve agravar a divisão política no país durante o governo de transição.

De acordo com a agência de notícias estatal Mena, há ordens de prisão para dez membros dessa organização islamita, incluindo Badie, pela acusação de incitar a violência em manifestações.

Na segunda-feira, ao menos 51 simpatizantes da Irmandade foram mortos pelos militares nos arredores da Guarda Republicana, onde se acredita estar detido o ex-presidente Mohammed Mursi, deposto na semana passada por um golpe militar.

Além de Badie, também há pedido de prisão para Mahmud Ezzat, seu vice, de acordo com anúncio das autoridades egípcias.

A televisão estatal noticiava, ainda, pedidos de prisão para Safwat Hijazi e Essam el-Erian, ambos membros do alto escalão da Irmandade Muçulmana.

INVESTIGAÇÕES

Há relatos de que os islamitas procurados para serem detidos estão na mesquita de Rabia al-Adawiya, participando de uma vigília pela restituição do governo Mursi.

Cercados por milhares de simpatizantes, será difícil às forças de segurança prender figuras como Badie e Erian.

Além dos mandatos de prisão, a Promotoria acusou ontem 200 pessoas de participar de embates próximos da Guarda Republicana.

Elas serão mantidas em custódia por período de 15 dias, aguardando investigações pelas acusações de homicídio, incitação à violência, porte ilegal de armas e perturbar a ordem pública.

Apesar das indicações de que Mursi está detido na Guarda Republicana --informação confirmada à Folha pela própria Irmandade Muçulmana--, um porta-voz da chancelaria egípcia disse ontem apenas que o islamita está em "local seguro" e que é tratado "com dignidade".

GABINETE

Foram iniciadas ontem as negociações para a composição do gabinete do governo de transição liderado pelo presidente Adly Mansur.

A Irmandade Muçulmana, porém, recusa-se a participar do diálogo, apesar dos rumores de que poderiam ter cargos na nova administração.

"Nós não lidamos com golpistas", afirmou um porta-voz islamita à agência de notícias France Presse.

"Rejeitamos tudo o que vem desse golpe."

Anteontem, Mansur apontara Hazem al-Beblawi como novo premiê e o Nobel da Paz Mohamed ElBaradei como vice-presidente.

Sua declaração constitucional, no entanto, foi criticada pela coalizão de oposição Frente Nacional de Salvação e pelo grupo Tamarod, que articularam as manifestações multitudinárias contra Mursi, que apontaram os excessivos poderes dados ao presidente deposto.


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