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Premiê japonês diz que intervirá para consertar Fukushima

Técnicos admitem que vazamento contínuo de água radioativa já gera contaminação no oceano Pacífico

Plano para interromper o vazamento que parte do subterrâneo inclui o congelamento da terra ao redor de Fukushima

DO "NEW YORK TIMES", EM TÓQUIO

"Estabilizar a usina de Fukushima é o nosso desafio. Em especial, a água contaminada é questão urgente, que gera inquietaçãoSHINZO ABEpremiê do Japão

O premiê japonês, Shinzo Abe, afirmou ontem que seu governo irá intervir para ajudar a estabilizar a situação na usina nuclear de Fukushima, danificada pelo um terremoto seguido de tsunami que ocorreu em março de 2011.

Os vazamentos contínuos de água contaminada e a notícia recente de que a radiação alcançou o oceano Pacífico expuseram o fracasso da operadora, a Tepco (companhia de energia elétrica de Tóquio), em conter o problema.

Um representante do governo afirmou ontem que a estimativa é que 300 toneladas de água contaminada estejam chegando ao mar, todos os dias. O premiê descreveu o caso como uma "questão de urgência" e disse que o governo precisa usar recursos para ajudar a operadora.

Segundo autoridades, a "muralha química" construída em junho não conseguiu conter a água contaminada, que passa por sobre a barreira e chega ao Pacífico.

O problema aparece depois de uma série de acidentes neste ano, incluindo outros vazamentos de água contaminada e uma interrupção parcial do fornecimento de energia elétrica provocada pela presença de um rato em uma placa de circuito.

"Não podemos deixar o problema só a cargo da Tepco", disse Abe a ministros reunidos para discutir a usina. "Precisamos enfrentar isto em nível nacional."

NOVO PLANO

O premiê não especificou o que o governo fará, mas a mídia local cogita uma ajuda para pagar uma nova muralha, de gelo, em torno do reator danificado.

O plano prevê o congelamento do solo para cortar a penetração da contaminação nas águas subterrâneas próximas e, com isso, acabar com o vazamento.

Para isso será necessário uma muralha de gelo de quase 1,6 km de comprimento e que penetre mais de 33 metros abaixo da superfície.

Nunca, ainda de acordo com as autoridades japonesas, se tentou construir uma muralha de gelo de tais dimensões, o que torna improvável que a Tepco conseguisse fazê-lo sem ajuda.

"Não existe precedente no mundo de criar uma muralha de solo congelado em escala tão grande para proteger água", disse, em entrevista, o porta-voz principal do governo, o chefe de gabinete Yoshihide Suga. "Será preciso o apoio do Estado."

O governo deverá pedir ao Parlamento pela liberação de verba para o projeto, que pode levar décadas para ser concluído. Seria a primeira vez em que o governo japonês liberaria dinheiro público para o conserto da usina.

O Estado japonês só havia destinado verbas para cobrir os custos do acidente na central e a indenização dos moradores da região, estimadas em US$ 30 bilhões (R$ 69 bi).


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