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Definição sobre 'guerra civil' no país não é clara

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O conflito que ultrapassa 14 meses e deixou ao menos 9.000 mortos na Síria já é considerado por alguns especialistas uma "guerra civil". Governos e organizações internacionais, no entanto, acreditam que ele ainda se encaminha para isso.

A diferença na interpretação é justificada pela falta de uma definição "oficial" do termo. Geralmente, se fala em guerra civil quando a violência organizada não vem apenas de um lado.

"Uma guerra civil generalizada requer controle de território e cadeias de comando bem definidas por parte dos grupos armados da oposição. E isto está longe de ser o caso na Síria", afirma o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que lidera a comissão de investigação da ONU para a Síria.

Segundo Pinheiro, a comissão adota a posição da Cruz Vermelha, de que "em algumas cidades sírias poderia ser reconhecida uma situação de guerra civil".

Para o especialista James Fearon, da Universidade Stanford, porém, já está instaurada essa situação no país. "A guerra civil é um conflito entre grupos armados que lutam pelo controle em uma região e que mata um número 'suficiente' de pessoas. E ninguém pode dizer que não há mortos o suficiente na Síria."

O reconhecimento implica mudanças importantes, segundo Pinheiro. "Caso seja considerado um conflito armado, o Estado tem muito mais amparo legal para combater os grupos armados."

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