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GUERRA SEM LIMITES
Franco-marroquino é réu nos EUA pelo 11 de Setembro
Moussaoui deve admitir culpa, diz "Post"
DE WASHINGTON
Único acusado nos EUA pelos
ataques ocorridos em 11 de Setembro de 2001, o franco-marroquino Zacarias Moussaoui pretende admitir sua participação,
informou ontem o jornal "Washington Post" baseado em fontes
anônimas que conhecem o processo. Segundo o diário, a confissão pode ocorrer ainda nesta semana, caso a Justiça delibere que
ele não tem problemas mentais.
Sempre de acordo com o
"Post", Moussaoui deve ter uma
audiência judicial até sexta-feira
com a juíza Leonie Brinkema, que
decidirá sobre a sua capacidade
mental. Cidadão francês, Moussaoui é acusado de conspirar com
a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, para arquitetar o
pior atentado terrorista da história norte-americana.
"Não acho que ele seja maluco",
disse ao "Post" o ex-promotor
Andrew McBride, que tem acompanhado o caso. "Certamente,
seus comentários na corte indicam que ele não pensa como nós e
tem uma certa hostilidade contra
os Estados Unidos. Mas ele é razoavelmente erudito. Fala árabe,
francês e inglês muito bem. Ele é
escolarizado."
Em cartas recentes enviadas ao
governo e à juíza Brinkema, o
franco-marroquino teria se mostrado disposto a aceitar a possibilidade de uma sentença de pena
de morte. A agência de notícias
Reuters tentou ouvir os advogados de defesa e a juíza Brinkema,
mas não obteve resposta.
Moussaoui foi preso por violação às leis imigratórias antes do 11
de Setembro e tem negado envolvimento nos ataques.
Três anos atrás, chegou a dizer
que era da Al Qaeda e fiel a Bin Laden. Uma semana depois, porém,
mudou o seu depoimento e voltou a negar envolvimento com a
rede terrorista islâmica.
Processo tortuoso
Moussaoui foi indiciado em dezembro de 2001, mas o julgamento já sofreu três adiamentos. Na
maior parte dos últimos dois
anos, o caso ficou dependendo de
decisões de instâncias superiores
sobre o direito do réu de ter acesso a depoimentos de membros Al
Qaeda que o incriminavam.
Em março, a Suprema Corte
dos EUA negou acolher o recurso
de Moussaoui sobre o acesso aos
depoimentos, alegando questões
de segurança.
A decisão também determinou
que a defesa deve se basear em documentos sobre os prisioneiros
preparados pelo governo e autorizou que os promotores propusessem a pena de morte para o acusado franco-marroquino.
Em 2002, Moussaoui demitiu os
seus advogados e passou a fazer a
sua própria defesa. Em suas alegações, insultou os antigos advogados e qualificou a juíza Brinkema
de "nazista".
Mais tarde, a Brinkema restaurou os advogados de defesa, que
agora estariam argumentando
que o réu tem problemas mentais.
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