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Terremoto atinge Nova Zelândia e mata 75
Tremor de magnitude 6,3 devasta cidade Christchurch, no sul do país
Geleira gigante rachou e provocou ondas de três metros de altura em lago; saldo de mortos ainda deverá subir
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um terremoto de 6,3 graus
de magnitude atingiu ontem
a Nova Zelândia, causando a
devastação da cidade de
Christchurch, no sul do país.
Ao menos 75 pessoas morreram. Segundo o Itamaraty,
não havia registro de vítimas
brasileiras.
Foi o segundo grande terremoto que atingiu a região
em cinco meses. Em setembro do ano passado, um terremoto ainda mais forte
(magnitude 7,1) atingiu uma
área a oeste de Christchurch
-mas não fez vítimas por ser
região pouco habitada.
O sismo de ontem ocorreu
na hora do almoço, na periferia da cidade, que tem 400
mil habitantes e grande concentração de edifícios.
O epicentro do tremor foi
localizado a 5 km de profundidade e a intensidade foi
equivalente à explosão de
duas bombas atômicas de
Hiroshima.
"A questão fundamental
desse terremoto foi que ele
aconteceu em baixa profundidade sob Christchurch, por
isso todos que estavam em
um raio entre 10 e 20 quilômetros da cidade foram afetados", disse o geólogo Gary
Gibson, da Universidade de
Melbourne.
Geólogos dos EUA afirmaram que o sismo foi um reflexo tardio do terremoto ocorrido em setembro. Prédios já
enfraquecidos pelo terremoto anterior foram destruídos.
O terremoto derrubou edifícios, destruiu 80% da rede
de luz e rompeu canos de
abastecimento de água -o
que causou o alagamento de
diversas regiões.
A força do tremor também
partiu uma geleira de 190 km
de extensão, a leste da cidade, e lançou icebergs em um
lago. O deslocamento do gelo
provocou ondas de três metros de altura.
RESGATES
"Há corpos jogados pelas
ruas. Eles estão presos em
carros ou esmagados sob escombros, mas agora o nosso
foco é procurar os vivos", disse o chefe de polícia da cidade, Russel Gibson.
Usando cães farejadores,
equipes de buscas já retiraram 120 sobreviventes dos
escombros.
Segundo o premiê John
Key, pelo menos cem pessoas estão desaparecidas.
"Podemos estar testemunhando o dia mais negro da
Nova Zelândia. O número de
mortos no momento é 65, e
pode aumentar", disse.
A rede de comunicações
da cidade foi seriamente afetada, mas muitas pessoas
presas nos escombros conseguiram fazer chamadas de
seus telefones celulares para
pedir ajuda.
"Telefonei para os meus filhos para dizer adeus", disse
a uma TV local Ann Voss,
uma das vítimas resgatadas.
Ela se abrigou embaixo de
sua mesa de trabalho.
O aeroporto local opera
apenas voos humanitários.
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