São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

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Após 23 dias, grupo de estudantes põe fim a greve de fome

Governo fez acordo para libertar 27 "presos políticos", mas grevistas prometem vigília

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

Um grupo de estudantes venezuelanos encerrou ontem 23 dias de greve de fome após negociar acordo com o governo Hugo Chávez para discutir a situação legal de 27 pessoas que consideram presos políticos.
"Estamos felizes com a notícia, mas seguiremos em vigília permanente", disse Roderick Navarro, um dos acampados diante da Embaixada do Brasil em Caracas.
O local central do protesto foi a sede da OEA (Organização dos Estados Americanos), na capital. Mas a ação foi agregando adeptos -no total foram 83 grevistas- que se espalharam por embaixadas e outras nove cidades do país.
"Como o governo sinalizou respostas a respeito de todas as nossas exigências, nós damos mostras dos nossos compromissos", disse Lorent Saleh, porta-voz dos estudantes, na sede da OEA.
Segundo Saleh, o governo Chávez aceitou iniciar os trâmites para libertar 7 dos 27 "presos políticos". Um dos beneficiados será o deputado da oposição Biagio Pilieri.
Amanhã, estudantes, familiares do grupo de detidos e uma comissão liderada pelo ministro do Interior, Tareck El Aissami, começarão a discutir os demais casos.
Além da libertação dos presos, os estudantes pediam a revisão da situação carcerária e a visita de uma comissão da OEA ao país.
De acordo com os estudantes, a presença da OEA é um dos pontos que segue em negociação com o governo.
No lado governista, a tônica ontem foi comemorar o fim da greve de fome como um fruto do chamado ao diálogo feito por Chávez.
Momentos antes do acordo, porém, o cenário era ainda de tensão. Um grupo de militantes chavistas, munidos de espetos e pedaços de carne, ameaçou fazer um churrasco diante dos grevistas na sede da OEA. Houve um pequeno tumulto.


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