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CARIBE
Aristide resiste, crescem distúrbios em Porto Príncipe e líder rebelde fala em adiar ofensiva final após apelo dos EUA
Capital haitiana vive caos à espera de ataque
DA REDAÇÃO
Distúrbios e sinais de anarquia
aumentaram ontem em Porto
Príncipe, com moradores saqueando depósitos, forças governistas atacando transeuntes e rebeldes aumentando o cerco à capital haitiana. O combalido presidente Jean-Bertrand Aristide, porém, voltou a dizer que não deixa
o cargo, embora EUA e França já
tenham pedido a sua renúncia.
O líder rebelde Guy Philippe
disse à agência Associated Press
que pode atrasar em um ou dois
dias um ataque contra a capital
em resposta a apelo dos EUA.
Segundo ele, os rebeldes seguirão convergindo à capital. Philippe disse que não foi contatado diretamente por Washington e que
espera que os EUA possam encontrar uma saída pacífica à crise.
"Se eles pedem, é porque devem
ter uma opção melhor, uma opção pacífica, então vamos esperar
mais um ou dois dias", disse.
Homens leais a Aristide roubaram e agrediram funcionários das
embaixadas francesa e americana, segundo testemunhas. Ataques contra membros da comunidade estrangeira vêm crescendo
desde que Paris e Washington pediram a renúncia do presidente.
Ao menos cinco pessoas morreram anteontem quando milícias
pró-governo atacaram pessoas
nas ruas, destruíram barricadas e
saquearam o único hospital operante da capital. Alguns saqueadores foram vistos ontem andando com roupas de hospital.
A rádio privada Vision 2000
suspendeu suas transmissões
após milícias, supostamente governistas, terem atacado sua sede
a tiros na manhã de ontem.
Aristide, o primeiro presidente
eleito democraticamente no Haiti, em 1990, voltou a repetir na
madrugada de ontem que completará seu segundo mandato até
o final, em 2006, e disse que estará
no palácio presidencial amanhã,
embora um dos líderes rebeldes
tenha dito que comemoraria seu
aniversário hoje no palácio.
Cerca de 2.200 marines foram
colocados em alerta, enquanto
Washington estudava a possibilidade de enviar tropas para a costa
haitiana para deter uma possível
onda migratória em direção aos
EUA e proteger cerca de 20 mil
americanos que vivem no empobrecido país caribenho.
Aristide pede intervenção estrangeira para acabar com a revolta, que já matou mais de 80
pessoas desde seu início, no norte
do país, no começo do mês.
"Tenho a responsabilidade, como presidente eleito, de ficar onde estou", disse Aristide. A comunidade internacional -liderada
por EUA, França e Canadá- vem
insistindo para que governo e rebeldes cheguem a um acordo político antes de uma intervenção.
Uma autoridade americana,
que não quis se identificar, disse
que Washington concluiu que a
melhor forma de impedir que os
rebeldes tomem o poder à força
seria Aristide transferir o poder
ao presidente da Suprema Corte,
Boniface Alexandre, seu sucessor
segundo a Constituição do país.
Armas
Na África do Sul, o jornal "Die
Burger" noticiou que um avião
carregado de armas deveria partir
para a capital do Haiti. O armamento seria entregue a forças pró-Aristide. Funcionários do governo sul-africano não negaram nem
confirmaram a informação.
Com agências internacionais
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