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IRAQUE OCUPADO
Conselho perde prazo que venceu ontem
Divergências dificultam elaboração de Constituição provisória no Iraque
DA REDAÇÃO
O Conselho de Governo Iraquiano não conseguiu chegar a
um acordo para aprovar uma
Constituição provisória ontem,
quando venceu o prazo previsto
para fazê-lo no cronograma estabelecido pelos norte-americanos.
A aprovação da Constituição
provisória é um passo fundamental para que os EUA consigam
transferir formalmente o poder
aos iraquianos no dia 30 de junho,
como quer Washington.
O atraso de alguns dias não chega a comprometer os planos norte-americanos, mas indica a profunda divisão existente entre as
facções, que estão discutindo a
Constituição provisória desde novembro. As principais diferenças
se dão em relação ao papel da lei
islâmica para regular questões sociais e ao estatuto das mulheres.
A disputa opunha muçulmanos
xiitas -maioria- a sunitas. Um
dos membros do conselho disse à
agência de notícias Associated
Press que seria impossível chegar
a um acordo na data estipulada.
Na melhor das hipóteses, a questão seria resolvida hoje.
Membros do conselho disseram
que xiitas abandonaram a mesa
de negociações na sexta-feira, depois da revogação de um decreto
que dava à lei religiosa precedência em casos de divórcio, herança
e outras "questões pessoais".
Depois que os iraquianos tiverem chegado a um texto final, ele
precisa ser aprovado pelo principal administrador dos EUA no
Iraque, Paul Bremer. E Bremer já
disse que vetaria qualquer proposição que estabelecesse a lei islâmica como principal fonte de legislação do país.
A Constituição provisória deve
vigorar até que seja aprovado um
texto definitivo, o que deve ocorrer em 2005. Mesmo assim, todas
as forças representadas no conselho fazem de tudo para consagrar
seus principais interesses já no
texto provisório, que provavelmente servirá de base para a
Constituição definitiva.
Um atraso mais longo na aprovação da Constituição provisória
representaria um golpe nos planos dos EUA para entregar o poder formal aos iraquianos rapidamente. Washington pretende pôr
um fim formal à ocupação do Iraque até o final de junho, antes,
portanto, das eleições norte-americanas de novembro. A Casa
Branca já disse que aceita negociar detalhes da transferência de
poder, mas não a sua data.
Outro ponto polêmico a resolver é o do estatuto do curdos. Essa
população do norte do país exige
uma relativa autonomia, como a
de que já goza desde 1991. Alguns
árabes, porém, temem que isso
possa levar à dissolução do país.
Com agências internacionais
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