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Suicida mata três em balneário de Israel
Jovem detona explosivos em padaria de Eilat; primeiro ataque terrorista em nove meses ameaça retomada de diálogo de paz
Na sexta-feira, dirigentes
palestinos e israelenses se
reúnem em Washington sob
os auspícios de EUA, União
Européia, Rússia e ONU
DA REDAÇÃO
Depois de nove meses sem
atentados suicidas em Israel,
um palestino matou três israelenses ontem em uma padaria
no balneário de Eilat, no mar
Vermelho. Duas das três vítimas eram donos do local e o
terceiro era um funcionário.
Mohammed Siksik, 20, caminhou a partir do Egito pela
fronteira aberta no deserto e
ganhou carona de um motorista israelense. Por sua roupa pesada e seu mutismo, o motorista desconfiou e o deixou no
meio do caminho.
Minutos depois, ele detonava
os explosivos escondidos sob o
sobretudo na padaria da cidade
turística.
O atentado ameaça o cessar
fogo de dois meses entre Israel
e os dois principais grupos palestinos, Fatah e Hamas.
E complica o último esforço
para recomeçar as negociações
de paz entre Israel e os palestinos, que estão em agonia há
seis anos.
Na sexta-feira, acontece a
reunião do chamado "quarteto", que reúne EUA, União Européia, Rússia e ONU para discutir as negociações. O governo
americano acusou o governo
palestino do Hamas de responsável por não evitar o atentado.
"O fracasso na ação contra o
terrorismo inevitavelmente
afeta as relações do governo palestino com a comunidade internacional, e minam as aspirações dos palestinos em ter um
Estado próprio", diz o comunicado da Casa Branca.
O governo palestino, liderado pelo grupo terrorista Hamas, chamou o atentado de "resistência legítima".
EUA e UE lideram um boicote de ajuda internacional ao governo palestino justamente pela presença do Hamas no gabinete e a postura do grupo de
não reconhecer a existência do
Estado de Israel.
O premiê israelense, Ehud
Olmert, não disse qual será a
resposta israelense. "Devemos
chegar a conclusões, aprender
as lições e instruir nossa força
de segurança a continuar sua
luta sem fim contra terroristas
e contra quem os envia", disse.
Mas o gabinete de segurança
já prepara uma resposta. "Este
é um incidente grave, é uma escalada e devemos tratá-la como
tal", disse o ministro da Defesa
israelense, Amir Peretz.
Nas últimas semanas, a
maior parte da violência na região envolve enfrentamentos
de rua entre grupos rivais palestinos. A violência continuou
ontem, com três palestinos
mortos em Gaza - já são 30 vítimas fatais desde quinta-feira.
Vizinhos comemoram
Dois grupos terroristas, a Jihad Islâmica e as Brigadas de
Mártires Al Aqsa assumiram
autoria em conjunto.
"A operação dá uma mensagem clara aos rivais palestinos.
É necessário finalizar a trégua e
apontar as armas contra a ocupação que aflige o povo palestino", diz uma mensagem no site
na internet da Jihad Islâmica.
O suicida Mohammed Siksik,
20, era de Beit Lahiya, ao norte
de Gaza. Parentes dele contaram que ele estava desempregado e deprimido com a morte
de sua filha recém-nascida. E
que buscava vingança pela
morte de de seu melhor amigo
"na luta contra Israel".
Dúzias de vizinhos comemoraram o atentado na casa de
Siksik. Crianças pulavam com
fotos dele empunhando um rifle, e cantavam slogans em que
o chamavam de mártir.
Balneário isolado
Foi o primeiro atentado suicida na cidade de 50 mil habitantes, isolada no extremo sul
do país, a 326 km de Jerusalém
e 356 km de Tel Aviv, na fronteira com Egito e Jordânia.
Eilat se tornou alvo porque a
segurança israelense e as restrições de viagens a palestinos
tornaram muito difícil a ação
de homens-bomba a partir da
Cisjordânia, a fonte desses terroristas nos últimos anos.
A cidade se tornou um destino turístico muito procurado
por israelenses justamente pelo seu isolamento.
Com agências internacionais
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