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Caroline Kennedy

Filha de Kennedy mantém seu legado

"Como única sobrevivente da família do presidente Kennedy, ela é a guardiã da chama. É uma responsabilidade incrível"

Por JACOB BERNSTEIN

Alguma versão disto acontece em todo lugar aonde Caroline Kennedy vai.

Uma pessoa totalmente bem-intencionada (que ela não conhece) se aproxima para dizer que um parente está entrando na política por causa de seu pai, John F. Kennedy. Ou manifesta simpatia pela perda de seu irmão, John F. Kennedy Jr., que morreu em um acidente de avião em 1999, ou de sua mãe, Jacqueline Kennedy Onassis, vítima de um linfoma em 1994.

Essas interações ocorrem no metrô (seu principal meio de locomoção em Nova York). Acontecem em Martha's Vineyard (onde ela passa os verões). Acontecem no balé, no cinema, quando ela está em turnê de lançamento de livro e quando visita uma das escolas públicas de Nova York.

Kennedy, segundo dizem, é paciente e delicada durante esses encontros, fazendo a outra pessoa sentir que teve uma conversa importante.

Parece o treinamento perfeito para uma embaixadora.

Caroline Kennedy, 55, foi nomeada a próxima embaixadora dos Estados Unidos no Japão.

Como disse um velho amigo da família, o diretor de cinema Mike Nichols, é um cargo para o qual Kennedy é perfeitamente adequada. Afinal, disse ele, "ao longo de sua vida, o que ela aprendeu além de diplomacia?"

Walter F. Mondale, o vice-presidente de Jimmy Carter e embaixador no Japão de 1993 a 1996, disse que o sobrenome famoso de Caroline deverá ser muito útil.

"Eles adoram os Kennedy lá", disse ele. "Trabalharam com vários deles e apreciam sua posição na vida pública. Sabem que ela é uma estrela americana, que é uma pessoa séria e que estará bem preparada."

Kenneth R. Feinberg, diretor da Biblioteca John F. Kennedy, disse: "Como única sobrevivente da família do presidente Kennedy, ela é a guardiã da chama. É uma responsabilidade incrível, e ela se sai extremamente bem".

O cargo diplomático também lhe dará a oportunidade de servir ao presidente Barack Obama, que ela apoiou em janeiro de 2008.

Na época, Obama estava em uma primária apertada com Hillary Clinton, cujo marido, o ex-presidente, havia desfrutado um relacionamento longo e caloroso com Caroline Kennedy. Mas os filhos dela tinham mais entusiasmo por Obama. Para Kennedy, que não quis fazer comentários para este artigo, isso teve muita importância.

Quando Obama ganhou a indicação, Kennedy recebeu um papel de liderança, trabalhando no comitê de pesquisa para a vice-Presidência.

Em casa, Kennedy leva uma vida muito tranquila, ao que parece. Na maioria das noites, fica com seu marido, Edwin Schlossberg, designer e artista interativo que se interessa pela cultura de design progressista. Quando o casal recebe visitas, os convidados são de campos diversos.

Richard Plepler, diretor da HBO, lembrou que deu um jantar em 2003 em que quase todos os convidados eram favoráveis à invasão do Iraque. "A única pessoa nessa mesa que discordou com eloquência foi Caroline", disse Plepler. "Lembro-me disso muito vividamente, em parte porque ela gosta de me lembrar que estava certa e eu, errado."

Nichols contou que esteve no apartamento de Kennedy em novembro passado, para assistirem à apuração das eleições. "Entrei e ela disse: 'Vá falar com Rupert, ele está na biblioteca. Está silencioso lá.'"

Ela se referia a Rupert Murdoch, chefe da News Corporation.

"É a coisa de Washington: para quem você trabalha e quais são suas crenças são coisas totalmente irrelevantes", disse Nichols sobre a atitude de Kennedy.

Isso, ele pensa, faz parte do que será útil a Kennedy em seu cargo no Japão, onde provavelmente fará de tudo, desde receber na embaixada a se encontrar com dignitários estrangeiros e políticos com diversas convicções ideológicas.

"Se há alguém que conhece essas regras é ela", disse Nichols.


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