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Cartel pode ter atuado em mais 5 capitais

Papéis indicam suspeita de fraude em licitações em Cuiabá, Fortaleza, Recife, Rio e Salvador

DANIELA LIMA JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

Documentos apreendidos pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) indicam que as investigações sobre o cartel que operou em licitações de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal poderão se estender a outras cinco capitais: Cuiabá, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

O material dessas cidades foi obtido nas operações de busca e apreensão realizadas em julho em dez empresas acusadas pela multinacional alemã Siemens de participação num esquema criado para fraudar concorrências.

O Cade afirma que ainda está analisando os documentos. Vinculado ao Ministério da Justiça, o órgão foi acusado pelo governo de São Paulo de ter dirigido as investigações com o objetivo de atingir a oposição.

O Cade diz que o inquérito focou inicialmente a atuação do esquema em São Paulo e Brasília porque foi só nessas cidades que a Siemens admitiu ter participado do cartel.

A multinacional alemã foi a delatora do esquema e terá anistia administrativa graças ao acordo com o Cade. Mas, se tiver omitido informações das autoridades, poderá perder os benefícios da delação.

O Cade encontrou documentos relacionados a Fortaleza, Recife, Rio e Salvador nos escritórios de quatro empresas (Alstom, Bombardier, Mitsui e T' Trans). Na CAF, recolheu documento sobre o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá.

O projeto é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, que examinam denúncia de pagamento de propina a servidores.

Na documentação entregue pela Siemens já apareciam conversas sobre outros projetos. Em e-mail de 2000, um executivo da Siemens afirma: "Os colegas [...] de Salvador não têm tanto motivo para rir. Lá também a Alstom pensa que somente ela determina como a divisão deve ser".

Em Salvador, consórcio em que a Siemens se associou às construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez ganhou em 1999 licitação para implantar o metrô, que já consumiu mais de R$ 1 bilhão.

O Ministério Público Federal e a polícia apontaram fraude na concorrência.

Outros e-mails citam os metrôs de Fortaleza, Recife e Rio. Em Fortaleza, Siemens, Alstom, Bombardier e Balfour Beatty formaram consórcio com construtoras. A obra triplicou de preço.

Em Recife, a Siemens fez a manutenção nas linhas Sul e Centro do metrô, em consórcio com a T'Trans. Em todas essas capitais, os projetos são financiados verba federal.

Consultadas pela Folha, as empresas disseram que colaboram com as investigações, mas não podem comentar pontos específicos.


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