Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Brasil não aguentará mais 4 anos de Dilma, diz Campos

Presidenciável do PSB sobe o tom das críticas contra a ex-aliada petista

Estratégia, afirmam aliados, é uma tentativa do governador de se mostrar como principal opositor da presidente

DANIEL CARVALHO DE RECIFE DANIELA LIMA DE SÃO PAULO

Pré-candidato à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), fez nos últimos dias os ataques mais duros à presidente Dilma Rousseff (PT) desde que manifestou sua intenção de disputar o governo federal.

Antes genéricas e impessoais, as críticas agora foram direcionadas diretamente à presidente, citada nominalmente por ele.

No fim de semana, o governador disse que o Brasil "não aguenta" mais quatro anos com a petista à frente do Planalto e que ela tenta fugir dos debates sobre os principais problemas do país. Acrescentou que "quem acha que sabe tudo não sabe é de nada".

Os primeiros ataques diretos contra Dilma, hoje líder nas pesquisas de intenção de voto, foram feitos durante maratona de viagens pelo interior de Pernambuco para apresentar candidatos que o PSB apoia no Estado.

Sábado, em Nazaré da Mata (a 70 km do Recife), Campos citou o baixo crescimento da economia e emendou: "Não dá mais para ter quatro anos da Dilma que o Brasil não aguenta. O Brasil não aguenta e o povo sabe disso. É no Brasil inteiro".

"A verdade é que a presidenta não soube tocar o Brasil do jeito que o Brasil precisava ser tocado, com respeito ao povo organizado [...], com a capacidade de ouvir e somar forças, ter a paciência que um líder tem que ter, a sabedoria de aprender com o povo. Quem acha que sabe de tudo não sabe é de nada."

Ontem, em São Paulo, Campos manteve o tom crítico. Em palestra a empresários da Associação Comercial, afirmou que Dilma dá mostras de que não quer debater o Brasil e que atua para "subtrair" quem se apresenta como alternativa para o país.

"Há uma atitude muito clara, já determinada, das pessoas que representam a presidenta da República de fugir do debate. E o Brasil não pode admitir", disse, ao comentar a postura de representantes da campanha petista em reuniões com veículos de comunicação sobre debates durante a eleição.

"Todos nós respeitamos a presidenta, mas ela não tem o direito de fugir ao debate. Ela precisa vir para o debate. Para que possamos ser todos nós humildemente julgados pela consciência do povo brasileiro", concluiu.

Campos, que foi ministro na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o país vive uma "crise de confiança" e que o Planalto erra ao tentar escondê-la.

Em outra referência à petista, o governador afirmou que "quem é gerente perde a visão estratégica" --entre aliados, a presidente é frequentemente descrita como uma "boa gerente".

Os ataques marcam uma nova fase na pré-campanha de Campos, que tem a ex-senadora Marina Silva como aliada e provável vice.

Agora, além de se colocar internamente para a coligação PSB/Rede como principal porta-voz das críticas ao governo, ele busca ocupar também para o público o posto de principal opositor a Dilma Rousseff.

DOBRADINHA

Campos vinha atuando em uma espécie de dobradinha com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato dos tucanos.

Ontem, o governador pernambucano fez ainda uma análise sobre as manifestações que tomaram o país em junho passado. Segundo ele, criou-se um "muro", um "apartheid" entre os políticos e a "vida real".

"A população foi às ruas para derrubar esse muro. Falta discussão estratégica. O debate é se é um deputado ou senador que vai para o Ministério do Turismo. Nem o Turismo se discute", afirmou.

Ainda em São Paulo, o governador se reuniu com ambientalistas. Numa conversa fechada de mais de quatro horas, ouviu, ao lado de Marina, sugestões de ONGs como a WWF sobre políticas sustentáveis.

Campos e Marina agora trabalham para oficializar a candidatura do deputado federal Miro Teixeira ao governo do Rio de Janeiro.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página