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Eleições 2014

TRE deve convocar militares para garantir eleição nas favelas do Rio

Na Rocinha e na Cidade de Deus, o único candidato a governador a fazer campanha é Garotinho

Propagandas do governador Pezão são vetadas no Complexo do Alemão, mas liberadas em outras comunidades

DIANA BRITO MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio deve decidir nesta segunda (25) pela convocação das Forças Armadas para garantir a segurança das eleições em favelas dominadas por traficantes ou milicianos.

O tema será votado após análise do relatório a ser entregue, também na segunda, pelo secretário de Segurança do Rio, José Beltrame.

Oficialmente, o tribunal não reconhece a existência de currais eleitorais, mas a Folha apurou que o número de denúncias que chegam à corte tem preocupado o presidente do TRE, o desembargador Bernardo Garcez.

Na sessão, o procurador Paulo Roberto Bérenguer defenderá a presença dos militares nas comunidades.

Com o relatório, o secretário Beltrame pretende traçar um quadro do que vem acontecendo na campanha eleitoral em morros e favelas do Rio, incluindo, além da capital, a Baixada Fluminense e a região metropolitana.

Entre os policiais, há consenso de que não há proibição de uma facção criminosa contra um candidato específico em todas as comunidades do Rio, mas situações isoladas em cada favela, com acordos com grupos criminosos ou líderes comunitários contratados por partidos.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), por exemplo, é vetado no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Apesar de haver uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na comunidade, os traficantes do Comando Vermelho são contra seu nome ali.

Todas as placas de Pezão foram retiradas. Os galhardetes de candidatos a deputado estadual ou federal de sua coligação fixadas na comunidade têm o nome dele riscado.

Em outras comunidades em que a mesma facção atua, como os morros do Borel ou a favela de Manguinhos, líderes comunitários fazem campanha para o peemedebista.

Pezão minimizou a ação desses grupos: "Sei que o tráfico e a milícia têm reagido à minha candidatura. Não deixo de ir a lugar nenhum. Entrei em todos os lugares".

A Folha visitou comunidades dominadas por traficantes e milicianos. Na Rocinha, zona sul, e na Cidade de Deus, zona oeste, o único candidato a governador a fazer campanha é Anthony Garotinho (PR). Moradores contam que ele se antecipou aos adversários e fechou acordos para espalhar a propaganda. Para isso, teria contratado dez cabos eleitorais por comunidade.

Marco Aurélio Lisan, assessor de imprensa da campanha de Garotinho, nega que o candidato tenha feito acordos. "Ele está indo [às comunidades]. Nenhum outro candidato está fazendo [campanha na] rua como ele, estão todos com medo de rejeição."

Em favelas com milícias, como Rio das Pedras, não há placas de candidatos a governador --só as de um candidato a deputado estadual (Domingos Brazão, do PMDB) e de dois para deputado federal (Eduardo Cunha, do PMDB, e Geiso do Castelo das Pedras, do Solidariedade).


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