São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Lula contraria Dilma e defende fim de sigilo de arquivos Ex-presidente se diz a favor de prazos para que conteúdo de documentos seja liberado: "o povo tem mais é que saber" Texto original de Lula abre prerrogativa para que documentos não sejam revelados, como querem Sarney e Collor MÔNICA BERGAMO COLUNISTA DA FOLHA O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o projeto que trata do fim do sigilo eterno para documentos oficiais, a despeito da nova orientação da presidente Dilma Rousseff. Lula disse ser a favor da fixação de um prazo para que o conteúdo dos documentos classificados como ultrassecretos seja revelado. "Não existe nada eterno, o povo tem mais é que saber", disse, após assistir a uma palestra-show de Ariano Suassuna no Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo do Campo. O texto original foi enviado ao Congresso pelo próprio Lula, durante seu governo. Ele propõe a redução de 30 para 25 anos o tempo que papéis ultrassecretos podem ser mantidos em sigilo, mas permite que o prazo seja renovado indefinidamente. Na prática, um documento poderia ter seu conteúdo ocultado para sempre. Na época, a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff liderava as negociações e defendia o fim do sigilo. Mas prevaleceu a posição do Itamaraty e do Ministério da Defesa, que eram contra a liberação dos documentos. No ano passado, a Câmara aprovou uma emenda ao projeto, estabelecendo que o sigilo só poderia ser renovado uma vez e limitando a 50 anos o prazo para liberação de documentos oficiais. Diante de pressões de aliados, como os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP), no entanto, o governo recuou. Segundo a ministra da Articulação Política, Ideli Salvati, a orientação do Planalto é derrubar no Senado a mudança feita pela Câmara. Irritados com a pressão de Collor e Sarney, senadores petistas disseram ontem que vão defender o fim do sigilo eterno. "Dar um passo para trás é algo que causa problemas ao partido", disse Wellington Dias (PI). Texto Anterior: Ideli sinaliza dificuldade para liberar emendas Próximo Texto: Para ANJ, manter papéis em sigilo eterno é retrocesso Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |