São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

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Câmara homenageia 90 anos da Folha

Deputados exaltam a busca constante do jornal pela notícia e lembram tentativas de controle da mídia

Em sessão especial, foi exibido o filme que conta a trajetória e mostra os bastidores da produção da Folha


DE BRASÍLIA

A defesa da liberdade de imprensa e relatos sobre a história da Folha deram a tônica à sessão da Câmara que homenageou, ontem, os 90 anos do jornal, completados no sábado.
Vinte e quatro deputados -incluindo líderes de bancada e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS)- discursaram durante a sessão, que durou cerca de duas horas.
A solenidade começou com a exibição do vídeo "Toda a Folha", documentário com a trajetória e bastidores da produção do jornal.
"A participação da Folha na vida nacional tem sido altamente positiva. Consolidando um alto padrão de conduta jornalística, com fidelidade à notícia e compromisso com o leitor, a Folha estabeleceu-se como paradigma da melhor imprensa, mesmo que por vezes discordemos de sua linha editorial", afirmou Maia.
Também compondo a mesa estavam, entre outros, Maria Cristina Frias, colunista e representante no evento dos acionistas do Grupo Folha, Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), autor do pedido para a realização da sessão.
"Por vezes, entregamos páginas muito aquém do que sonhamos. A urgência da notícia abre espaço para decisões precipitadas, análises superficiais, erros. O reconhecimento aqui manifestado nos impele a perseguir um jornal cada vez melhor", disse Maria Cristina, no discurso de encerramento.
"Como diria o sr. Frias [Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher do jornal], os interesses da Folha não são outros que não os interesses de Sua Excelência, o leitor", afirmou.
A liberdade de imprensa foi lembrada várias vezes, com deputados citando tentativas dos governos de regular a mídia. Autor da ação que resultou na revogação da Lei de Imprensa, Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que "quando a liberdade de imprensa for regulamentada, deixará de haver liberdade".
Edinho Araújo (PMDB-SP) afirmou que "a Folha é um jornal de alma inquieta, pulsante, em constante evolução". Para o líder da bancada do DEM, ACM Neto (BA), o jornal poderia se chamar "A Folha do Brasil".
O engajamento do jornal na campanha das Diretas-Já foi lembrada em discursos, assim como sua história.
Último deputado a falar, Chico Alencar (PSOL-RJ) citou a coluna de Janio de Freitas de ontem, "Folha, 35".
"Ele [Janio] diz que essa senhora de 90 anos na verdade nasceu mesmo há 35 anos (...) quando ela concedeu a palavra a opositores da ditadura. E diz Janio: ditadura nascida de um golpe, a que a Folha dera apoio. Essa coluna, como outras, mostra a pluralidade fundamental."
Alfredo Sirkis (PV-RJ) elogiou o jornal pela cobertura da campanha presidencial. "A Folha percebeu que havia em gestação uma terceira força e foi capaz de dar a palavra à senadora [Marina Silva]", disse. "Praticamente todos os políticos têm com a Folha uma relação de amor e ódio -fiquem tranquilos, pois 80% são de amor."


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