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Escolas rurais de SP resistem ao tempo e se modernizam

Em 4 anos, país 'perdeu' 12 mil colégios fora da área urbana; 173 no Estado

Unidades se adaptam ao novo aluno do campo, com acesso à internet; mas há locais com salas iguais às do passado

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

É só cruzar o portão da escola que Adriane Estefany Martins Branco, 12, acessa a internet pelo celular para checar mensagens do Facebook e notícias em sites.

Quando quer uma tela maior, recorre ao computador da escola ou vai à casa da vizinha para usar seu laptop.

A cena poderia ser de uma adolescente de um colégio paulistano, mas Adriane está longe do asfalto --ela é aluna de uma escola municipal na zona rural de Araraquara.

Na contramão do êxodo rural, escolas do campo paulistas resistem e tentam se adaptar ao novo aluno da roça.

Enquanto algumas já estão conectadas com o mundo, em outras o cenário ainda é do passado: sem internet e com classes multisseriadas --em que o professor ensina duas turmas ao mesmo tempo.

Existem no Brasil atualmente 74.112 escolas no campo, segundo o Censo Escolar 2012. São 12 mil a menos do que em 2008. A redução aconteceu também em São Paulo, que perdeu 173 escolas --hoje são 1.458 no Estado.

Há seis milhões de matriculados na rede rural, uma queda de quase 740 mil alunos em relação há cinco anos.

CONEXÃO NA ROÇA

É preciso paciência com a conexão da internet no campo, conta Adriane.

Ela mora a poucos metros da escola Hermínio Pagotto, em uma antiga casa de colônia da década de 1940, da antiga fazenda de cana que se tornou o assentamento Bela Vista, em Araraquara.

O pai dela, Adriano Martins Branco, 32, estudou na mesma escola e se impressiona como o colégio mudou desde quando era criança. "Comida a gente nem tinha direito, nem quadra e muito menos computador."

Além de laboratório de informática, a escola tem ampla área verde e ganhou um viveiro de mudas.

A internet chega até o final do ano à escola municipal da fazenda Taquari, de Pedregulho, onde a professora Gislaine Silva, 28, divide a lousa ao meio para ensinar matemática para o 2º e 3º anos ao mesmo tempo.

A maioria dos alunos é filho de colhedores de café e laranja. Duas das três professoras se deslocam todos os dias de ônibus até o local --a outra mora na fazenda.

Para Gislaine, que também leciona na zona urbana, seus alunos do campo têm mais dificuldade de aprendizado.

"Na tarefa de casa, os pais muitas vezes não ajudam porque têm pouca escolaridade".

Segundo a socióloga Cláudia Souza Passador, da USP de Ribeirão Preto, alunos da zona rural têm pior desempenho que os da cidade.


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