São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE

Usar tecnologia na educação não é uma escolha, é essencial

A DINÂMICA DAS AULAS PRECISA SER REPENSADA, ASSIM COMO A DEFINIÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO

ADRIANA MARTINELLI CARVALHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na última década, houve uma gigantesca evolução tecnológica dentro de uma mesma geração. Por isso, torna-se inconcebível pensar na ação formativa de crianças e jovens sem envolver as TICs (tecnologias de informação e comunicação).
Os educadores, que não experimentaram inicialmente essa vivência tecnológica, também se deparam com o desafio de entender o seu papel nesse contexto.
Computadores com acesso à internet já são realidade em boa parte das escolas. O sistema 1:1 -um computador para cada aluno ou jovem- começa a ser implementado, e os obstáculos de infraestrutura são lentamente superados. No entanto, o que para muitos era um jargão -"não basta ter acesso, é preciso saber o que fazer com a tecnologia"- hoje é a questão mais urgente a ser respondida.
A tecnologia permite colocar pessoas em contato com pessoas e todas em contato com a informação, em qualquer tempo e de qualquer lugar. Este é o grande potencial das TIC's na educação.
No entanto, disponibilizar isso ao aluno, sem relacionar à sua formação, não tem valia. É fundamental garantir ao educador uma formação voltada à compreensão do uso dessas tecnologias na vida de crianças e jovens para aproximar e integrar duas gerações: a de "nativos" e a de "imigrantes digitais".
Essa formação deve valorizar a metodologia para, através das TICs, garantir o desenvolvimento de competências, sem, no entanto, limitá-la aos aspectos cognitivos dos conteúdos curriculares.
O desempenho escolar é fundamental, mas sabemos que um conjunto maior de habilidades é necessário para a formação do indivíduo e sua atuação bem-sucedida no mercado de trabalho.
Por isso a urgência de refletirmos como a tecnologia afeta o comportamento dos alunos e como sua utilização pode contribuir na promoção da aprendizagem.
O fato de, em algumas escolas brasileiras, públicas ou privadas, alunos terem acesso ao aprendizado 1:1 não significa que a sua performance escolar será melhor.
É importante avaliar como essa tecnologia tem sido utilizada e de que forma os educadores lidam com esse novo contexto. Certamente a dinâmica das aulas precisa ser repensada, assim como a criação de práticas e a definição de estratégias de avaliação.
A utilização das TICs não é uma escolha, mas uma ferramenta essencial para aproximar crianças e jovens de uma educação real e eficaz.

ADRIANA MARTINELLI CARVALHO é coordenadora da área de Educação e Tecnologia do Instituto Ayrton Senna.


Texto Anterior: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.