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Saúde + Ciência

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'Falta tempo para pensar em ser mãe'

DE SÃO PAULO

No curso de medicina, os colegas homens da pediatra Leina Zorzanelli já eram minoria, entre 30% e 40% de uma turma de 130 alunos. Quando entrou para a residência médica, ela viu o número cair ainda mais: só cinco em meio a 40 mulheres.

Na segunda residência, em cardiopediatria, eram sete mulheres e um homem. E tem sido assim no ambiente profissional.

"É muita mulher. Às vezes, é preciso ter um homem para contrabalançar as emoções", diz Leina, 31.

Mas ela vê vantagens em trabalhar em equipes femininas. "As mulheres são certinhas, dedicadas, trabalham bem em grupo."

O desafio, diz, é ter qualidade de vida em uma profissão exigente.

"São seis anos de curso, depois residências, mestrado, doutorado. A gente não para", afirma a médica, que trabalha no InCor.

Casada com um cirurgião cardíaco, ela diz que planeja ser mãe. "Às vezes, falta tempo até para pensar nisso."

PIONEIRISMO

Foi para se dedicar à carreira médica que Angelita Gama, primeira mulher titular em cirurgia da USP, primeira aceita pela sociedade americana de cirurgia e primeira premiada pela sociedade europeia de cirurgia, não teve filhos.

"Naquela época, não tinha essas facilidades de hoje, de babá, creches. Quem se tornava mãe tinha de interromper a carreira", conta Angelita, graduada pela USP em 1957.

Ela diz que, no início, sofreu "um pouco" de discriminação e comemora o fato de as mulheres terem conquistado espaço na medicina, inclusive em áreas cirúrgicas, ainda dominadas pelos homens.

Eles representam hoje 80% em 13 das 53 especialidades, incluindo nove cirúrgicas. Na área de Angelita, cirurgia do aparelho digestivo, 91,4% dos especialistas são homens.

"É uma área complexa, exige concentração e um tempo maior de estudo. Isso afasta as mulheres."


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