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Turismo

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Foco

Antigo Bronx, pobre e violento, hoje atrai olhares de turistas

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

A imagem de um dos romances mais comentados dos anos 1980, "A Fogueira das Vaidades", de Tom Wolfe, é o que o Bronx tenta guardar em um passado de violência e pobreza.

O bairro de onde o personagem milionário Sherman McCoy fugiu após o atropelamento de um jovem negro --temendo ser atacado pelos moradores-- hoje atrai olhares de grandes negócios como Macy's, Target e até um controverso campo de golfe de Donald Trump.

Se o esporte não terá por objetivo atender os cerca de 30% dos moradores do bairro que ainda vivem abaixo da linha da pobreza, outras iniciativas como o lançamento de uma revista e um site (www.ilovethebronx.com) sobre as atrações do bairro nesta época --verão no hemisfério Norte-- listam possibilidades mais acessíveis.

Uma delas é o Bronx Culture Trolley, que oferece, na primeira quarta-feira de cada mês, passeio gratuito pelo circuito cultural do bairro em uma réplica de um bonde do século passado.

Também sem cobrar ingresso após uma decisão recente, o Bronx Museum of the Arts ampliou a frequência, e a instituição levanta fundos para expandir seu acervo.

No primeiro semestre, a organização de turismo da cidade, NYC & Company, e o Conselho Municipal definiram o sul do Bronx como novo destino em seu programa para elevar a visitação.

A introdução ao bairro pode ser feita pelo Grand Concourse, um bulevar inaugurado no início do século 20 --resposta nova-iorquina à Champs-Elysées--, que abriga uma coleção de edifícios de arquitetura moderna e art déco, além de exemplos anteriores de estilos de inspiração renascentista e colonial.

A partir da via, onde também fica o museu, pode-se avistar o Yankee Stadium, orgulho do bairro. O jardim botânico e o zoológico também são atrações conhecidas.

HOMENAGEM

No conjunto habitacional Forest Houses, o artista suíço Thomas Hirschhorn abriu, em homenagem ao marxista Antonio Gramsci, um espaço que funcionará como um centro cultural até setembro.

Os esforços das autoridades pretendem remeter a um calor diferente da expressão "Bronx em chamas" dos incêndios criminosos da década de 70, depois que uma desvalorização imobiliária tornou o lugar símbolo nacional de decadência urbana.

A polícia de NY aponta queda de 70% no volume de crimes cometidos no bairro desde 1990, mas a violência da região ainda supera a registrada no resto da cidade.

A rua Charlotte, cujas ruínas queimadas foram visitadas pelos ex-presidentes Jimmy Carter e Ronald Reagan, é hoje uma via tranquila e arborizada, vizinha de um dos tantos parques locais, onde o único fogo está nas churrasqueiras das famílias negras e hispânicas, que formam a maior parte da população.


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