Yazd transmite ao visitante sensação de viagem no tempo

Yazd não tem o esplendor de Isfahan nem a volúpia de Shiraz, mas é sem dúvida um dos lugares mais exóticos e cativantes do Irã.

Tida como uma das cidades mais antigas do mundo, com rastro populacional que remonta a 7.000 anos, Yazd oferece até hoje a sensação de viagem no tempo.

Intacta, a cidade velha é composta de construções baixas com tijolos de barro, deixando todo o ambiente com tom marrom-alaranjado.

Suba em um mirante e observe a floresta de "badghirs", torres de vento erguidas para refrescar as casas no verão, que se estende pelos tetos.

Em seguida, peça ao seu guia para andar pelo labirinto de ruazinhas apertadas e quase idênticas do bairro antigo, no qual é fácil se perder.

MISTÉRIO

Tudo fica ainda mais misterioso pelo fato de as casas e prédios do bairro não terem janela para a rua.

A vida privada só existe por trás dos muros cor de terra. A maioria das residências antigas tem um pátio central com chafariz para atenuar a secura e poeira do deserto. Os quartos têm vista para esses oásis particulares.

Para provar um pouco do modo de vida tradicional de Yazd, hospede-se ou almoce numa das residências da cidade velha que foram transformadas em hotel.

O epicentro da cidade velha é a mesquita Jameh, com seus mosaicos que traduzem a sofisticação da arte islâmica no século 15.

Yazd tem ainda três atrações imperdíveis. A primeira é o palácio de Bagh-e Dolat Abad (século 18), com seu doce jardim e vitrais coloridos.

Não deixe de ver também as torres do silêncio, estruturas circulares construídas em cima de duas colinas vizinhas, onde os zoroastristas colocavam os corpos de seus mortos para se decomporem ao ar livre.

Yazd, aliás, abriga até hoje o maior número do que restou de fiéis zoroastristas no Irã, cerca de 3.000.

Por fim, nos arredores da cidade fica um local que nem todos os guias de turismo conhecem: o castelo de Saryazd. Todo de barro, construído num complexo sistema de túneis e passagens, servia de depósito de bens e abrigo para a população em tempos de guerra.