São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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ITÁLIA "PARTICOLARE"

Repaginada, cidade foi capital cultural da Europa em 2004

Renovação começou em 1992, no festejo dos 500 anos da descoberta da América por Cristóvão Colombo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NA LIGÚRIA

Gênova, cidade rica de história, hoje se projeta para o futuro. A fisionomia genovesa começou a ser renovada em 1992, ocasião do festejo dos 500 anos da descoberta da América por Cristóvão Colombo. Na época houve a modernização do Porto Antico (www.portoantico.it) e da área metropolitana, e, durante 2004, a cidade foi a Capital Cultural da Europa.
A partir do centro histórico, descendo por um emaranhado de ruas, vizinhas ao Porto, chega-se ao cais. Ali a vista se abre. Da velha estrutura do armazém de algodão ao fim da estação marítima, o cais é rico de negócios, bares e restaurantes. O Bigo, um elevador içado por cabos que sobe 40 m virando 360, permite um visão panorâmica da velha área portuária.
Nessa área, deve-se visitar a piazza delle Feste, o aquário de Gênova e o palazzo San Giorgio, a construção antiga mais interessante do conjunto. O prédio já foi a sede do porto e exibe suntuosa fachada com afrescos "trompe l'oeil" que parecem relevos.

Centro histórico
A piazza de Ferrari, com sua bela fonte, é o elo entre a Gênova metropolitana e a medieval. Adiante, chega-se à piazza Matteotti, onde fica o imponente palazzo Ducale, antiga residência dos doges genoveses. Aproveite para tomar um café ali mesmo. O prédio funciona como centro cultural. A torre é aberta a visitação. Fica na piazza Matteotti, 9.
A via San Lorenzo abriga a catedral e seu precioso tesouro, exposto no Museo del Tesoro di San Lorenzo. Entre as peças, há um prato de vidro verde que teria sido usado na Última Ceia e outro prato, esse de caledônia azul, sobre o qual teria sido servida a cabeça de são João Batista a Salomé.
Com duas torres imponentes, a Porta Soprana, do século 12, é o antigo portão leste da muralha que guardava a antiga República "A Soberba". A poucos passos dali fica a casa onde Cristóvão Colombo (1451-1506) teria nascido.
Ao navegador, que descobriu a América sem saber que estava sendo financiado pelos reis da Espanha, em 1492, atribui-se também as nacionalidades espanhola ou portuguesa, da ilha da Madeira -e há quem diga, inclusive, que Colombo tinha origem judaica. Em Gênova, no entanto, dá-se como certo que o navegador nasceu numa casa próxima à Porta Soprana. Da porta avista-se o claustro de Sant'Andrea.
Superando a via 25 de Abril, chega-se à piazza Fontane Marose, onde começa a via Garibaldi -chamada de Strada Nuova quando foi traçada, na metade de 1500- e a via Balbi, repleta de palácios de famílias aristocráticas.
Alguns desses palácios guardam acervos históricos e de arte. Como o de Doria Tursi, sede do município, construído de 1565 a 1579 por Nicoló Grimaldi, principal credor de Felipe 2º da Espanha. O prédio possui estrutura arquitetônica inovadora, com um imponente portal em sua fachada de mármore branco, pedra rosa e ardósia. No acervo está o famoso "cannone", violino de 1742 que pertenceu a Niccolò Paganini, e documentos de Colombo.
Na via Garibaldi ficam os palácios Bianco e Rosso. O Bianco, no número 11, foi construído pelos Grimaldi, em 1565, e doado a Gênova, em 1888, pela duquesa de Galliera. Na galeria, há obras de Peter Paul Rubens, Van Dyck, Zubarán e Caravaggio, entre outros.
Já o Rosso, erguido por Brignole Sale, de 1671 a 1677, deve seu nome à fachada pintada em vermelho. Foi a principal residência aristocrática de Gênova. Doado à cidade, com sua rica coleção de obras de arte, também pela duquesa de Galliera, Maria Brignole Sale De Ferrari, em 1884, acabou danificado na Segunda Guerra Mundial. Logo foi restaurado. Guarda obras de Dürer, Veronese e Strozzi.

A pé
Com um grande tráfego de motos tipo Vespas, vias estreitas e pouco espaço para os carros, a melhor opção é trafegar de ônibus -que funciona bem e custa 1- ou a pé. O metrô tem poucas linhas. E o táxi é um tanto caro.
Caminhar, além de ser a opção mais econômica, permite aproveitar melhor os passeios. Mas nesta época do ano sopra o "libeccio", vento gelado vindo do mar. Por conta disso, a cidade construiu nas calçadas galerias onde é possível caminhar apoiando-se em corrimãos.
Para definir o roteiro, um bom ponto de partida é ir até o quiosque de informações turísticas da piazza Matteotti, que também pode ser acionado por e-mail, no genovainforma@solidarietaelavoro.it.
(LANE FERNANDES)


Colaborou a Redação


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