São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002

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ELEIÇÕES

Fique por dentro ou divirta-se

CARLA MENEGHINI
DA REPORTAGEM LOCAL

SAEM os tradicionais programas de auditório dominicais e entram os boletins jornalísticos, os debates e as análises políticas. Cada uma com seu diferencial, as emissoras de TV aberta tiraram o dia para acompanhar as eleições ao vivo. Na briga pela audiência, algumas emissoras decidiram incrementar a cobertura jornalística da votação agregando mesas-redondas, entrevistas com figuras-chave e reportagens especiais. Outras preferiram limitar o noticiário ao essencial e manter programação de entretenimento, apostando no público que prefere aproveitar o domingo para se divertir.

Maratona
"Será um dia especial, em que teremos a oportunidade de discutir a vida do brasileiro nos próximos quatro anos", diz o diretor de jornalismo da Band, Fernando Mitre. A emissora dedicará praticamente toda a sua programação ao acompanhamento das eleições, com flashes a cada 15 minutos e um programa especial, a partir das 17h -quando a votação é encerrada-, com entrevistas, debates e reportagens. "A Band tem tradição em eleições, não podemos nos contentar apenas com a divulgação de números, queremos mostrar como eles refletem na realidade." Para Mitre, "a TV teve uma atuação inédita nesta eleição, por isso, temos obrigação de fazer um noticiário do dia mais intenso que o dos outros anos". O diretor-executivo do "Jornal da Record", Dácio Nitrini, discorda dessa idéia: "A cobertura jornalística das eleições só foi mais intensa que nos outros anos para a Globo, que agora resolveu tratar política com a devida importância. Nós da Record, assim como a Band, só damos continuidade à nossa tradição. Por outro lado, o jornalismo do SBT, que já foi respeitável, hoje é insipiente." Para hoje, a Record aposta em formato parecido com o da Band: flashes até as 17h, quando entra no ar um especial. "A credibilidade de Boris Casoy é nosso grande diferencial", diz Nitrini. Já a Globo aposta numa cobertura que não comprometa tanto sua programação de entretenimento. Serão três boletins especiais, às 8h, 17h e às 18h. A reta final da apuração e os resultados serão divulgados no "Fantástico". "Estaremos presentes nos 26 estados e no distrito federal. Nenhuma outra emissora te essa cobertura", afirma o diretor da Central Globo de Jornalismo, Carlos Henrique Schroder. Apesar de dispor de menos recursos, a TV Cultura promete não ficar para trás. "Teremos repórteres por todo o Brasil", diz o diretor de jornalismo Marco Antônio Coelho Filho, para quem o diferencial da emissora será dar prioridade à discussão sobre a produção cultural. "O tema foi abandonado durante a campanha e dará leveza à cobertura", afirma.

Flashes
O SBT decidiu manter sua programação normal e dedicar às eleições flashes em intervalos e programa jornalístico de 45 minutos, que vai ao ar às 0h. "Não se trata de atrair público não-politizado. O SBT será opção para todos que não queiram exagero", diz o diretor de programação Mauro Lissoni.
Também a Rede TV! optou por "cumprir com o básico", segundo seu diretor de jornalismo, José Emílio Ambrósio. "A cobertura de eleições se esgotou, não tem como inovar. Não vamos perder tempo com debates, não há o que discutir", diz.
Os canais pagos de notícia, como Globonews e Bandnews, têm como vantagem a rapidez na atualização de dados da apuração de votos. "Temos uma tecnologia digital que permite o envio direto dos números em tempo recorde", diz o diretor do Bandnews, Humberto Candil.


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