São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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LANÇAMENTO

Em teste, carro revela bom desempenho e falhas no acabamento

Versão sedã completa e "domestica" a família Polo

Luana Fischer/Folha Imagem
Acima, o recém-lançado Polo Sedan, aposta da Volkswagen para reconquistar os órfãos do Voyage; ao lado, a versão hatchback do compacto premium; abaixo, o painel e o porta-malas do sedã, que tem um volume de 432 litros


DA REDAÇÃO

Agora que a família está completa começa a confusão. Com a chegada do Polo Sedan neste mês às revendas, a Volkswagen oferece ao consumidor a possibilidade de escolher entre três motorizações -1.0, 1.6 e 2.0 (o sedã está disponível apenas nas duas últimas)- e duas configurações.
Quem se deixou seduzir pela frente de faróis ovalados terá uma tarefa árdua na hora de escolher. Deixando de lado a versão "popular", é preciso se debruçar com uma lupa para decidir qual é o modelo mais pertinente.
A Folha e o IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) testaram um hatchback 2.0 e um sedã 1.6.
Famílias com filhos encontram no porta-malas da versão sedã (432 litros) um atrativo. Mas, se a prole for grande, o recomendável é optar pela motorização 2.0. Com ela e na configuração hatchback, a Folha enfrentou trechos de serra com quatro ocupantes no habitáculo. O veículo simplesmente ignorou o peso.
O propulsor 1.6 dá conta do recado, mas não inspira tanta confiança em ultrapassagens. O IMT dá os números que quantificam essa diferença. Enquanto, partindo dos 40 km/h, o 2.0 retoma os 100 km/h em 9,69s, o modelo menos potente precisa de 15,37s.

Barulho
Outra diferença considerável entre as versões se dá nos níveis de ruído. Apesar de mais "nervoso", o modelo 2.0 faz bem menos barulho que o 1.6.
Por falar em ruídos, o automóvel -que ganhou um acabamento que o aproxima do Golf e o distancia do Gol- apresenta sons internos que, se não chegam a irritar, assustam o motorista.
Exemplos são o porta-copos -que salta ruidosamente do painel quando pressionado- e o indicador de combustível -que emite um som agudo e estridente todas as vezes em que o nível de combustível chega à reserva.
Mas o barulho mais assustador observado durante o teste aconteceu com o Polo hatchback 2.0. Ao passar por um buraco não tão fundo, o console do teto desabou, revelando esconder atrás de si os sensores de alarme. A impressão foi a de estar em um avião que acabou de entrar em pleno processo de despressurização.
Detalhes de acabamento à parte, tanto a versão hatchback quanto a sedã têm um design que estimula elogios e comparações com modelos mais caros da própria Volks, como Golf e Bora.
Os preços do modelo começam em R$ 29.150 e batem na casa dos R$ 35.667, o que afasta pretendentes. Atenua um pouco os valores o fato de o carro sair de fábrica com itens de série como direção hidráulica, ar-condicionado, airbag (bolsa de ar que infla em batidas) e rodas de liga leve.

Passageiros
Um dos problemas que o novo Polo compartilha com o Golf é o conforto de quem viaja no banco de trás. Passageiros com mais de 1,80 m resvalam a cabeça no teto e o joelho no banco da frente. É torturante imaginar uma viagem longa com três pessoas adultas acomodadas ali.
Por outro lado, o motorista encontra no interior do Polo um conforto inédito na categoria. Seu banco é regulável em altura, e o volante pode ser ajustado em altura e profundidade.
Talvez o único desconforto para o condutor seja aquele provocado pelo coloridíssimo painel. Mas, vencido esse obstáculo, depara-se com um painel de instrumentos bem distribuídos e leitura facilitada. (EDSON FRANCO)


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