Classificação |
1º Brasil |
2º Suécia |
3º França |
4º Alemanha Ocidental |
Artilheiros |
13 gols Just Fontaine (França) |
6 gols Pelé (Brasil), Helmut Rahn (Alemanha Ocidental) |
5 gols Vavá (Brasil), Peter McParland (Irlanda do Norte) |
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Reprodução |
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Jogadores brasileiros festejam título inédito da Copa |
Após chegar perto da conquista nos Mundiais de 1938, quando terminou em terceiro lugar, e de 1950, quando foi vice, a seleção brasileira enfim alcançou o inédito título da Copa do Mundo em 1958, na Suécia. Com Pelé e Garrincha despontando como grandes astros, a equipe fez uma campanha praticamente impecável, com cinco vitórias e um empate. Para driblar o trauma de 1950, pela primeira vez a CBD fez um trabalho bastante organizado. A delegação brasileira, chefiada por Paulo Machado de Carvalho, tinha até mesmo um psicólogo, João Carvalhaes, e um dentista, Mário Trigo. Antes de chegar à Suécia, o time teve um bom período de preparação e realizou uma série de amistosos na Europa, com resultados que já credenciavam a equipe como favorita. Sem a presença dos dois bicampeões mundiais, Uruguai e Itália, que não passaram pelas eliminatórias, o torneio tinha como outros favoritos, além do Brasil, a União Soviética, que fez sua estreia em Copas, a França e a Inglaterra. O time francês, que contou com grandes atuações de Just Fontaine, artilheiro da competição com 13 gols, encontou o Brasil na semifinal, considerada uma final antecipada, e levou uma goleada por 5 a 2. Na decisão, a seleção brasileira não tomou conhecimento da Suécia e aplicou outro 5 a 2, abrindo uma nova era no futebol.
Brasil
O time que deu show na Suécia só apareceu de fato no terceiro jogo. Apesar de começar a campanha com vitória por 3 a 0 diante da Áustria, o Brasil teve dificuldades na partida seguinte, o primeiro 0 a 0 da história das Copas, frente à Inglaterra. Pressionado por veteranos do time, como Nílton Santos, o técnico Vicente Feola resolveu fazer alterações. Vavá já havia ganhado a posição de Dida. Mazola, Dino Sani e Joel deram lugar a Garrincha, Zito e Pelé, então com 17 anos. Contundido no joelho antes da Copa, Pelé chegou a ser vetado pelo departamento médico, mas, por insistência de Paulo Machado de Carvalho, acabou viajando para ficar na reserva. Com o novo quarteto no time e com o esquema tático inovador em que Zagallo atacava e recuava para marcar, dando origem ao 4-3-3, o Brasil mostrou a mais sólida defesa e ao mesmo tempo fez história no ataque. Contra a URSS, ainda na primeira fase, Vavá e Garrincha resolverem. Diante do País de Gales, foi a vez de Pelé, que marcou o único gol do jogo após chapelar um zagueiro. Em seguida, contra a França, Pelé voltou a ser decisivo e marcou três vezes na goleada por 5 a 2. Na final, diante da Suécia, fez mais dois, em nova goleada por 5 a 2. A imagem de Pelé chorando, após o jogo, é até hoje um dos momentos mais marcantes da história dos Mundiais.
Curiosidades
- Pelé usou a camisa número 10 na Copa por acaso. A CBD deixou de enviar para os organizadores a numeração e, quando chegou à Suécia, recebeu uma lista feita por eles.
- Na final, o Brasil perdeu sorteio com a Suécia, que teve direito de jogar de camisa amarela. Foi preciso comprar um jogo de camisas azuis às pressas e bordar números e escudo.
- Devido à revolução de 1956 e à invasão soviética, a Hungria viu jogadores como Puskas, Kocsis e Czibor fugirem do país. O time que encantou o mundo em 1954 ficou enfraquecido.
- A Inglaterra também foi enfraquecida, mas por um desastre de avião com jogadores do Manchester United, base da seleção, em Munique, seis meses antes do torneio.
- Foi a única Copa na história que teve a participação de todos os países britânicos, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - os dois últimos chegaram às quartas de final.
- Além de ter sido o primeiro jogo em que o Brasil passou em branco numa Copa, o empate com a Inglaterra foi o primeiro 0 a 0 da hisitória da Copas, que já estava em sua 6ª edição.
- Pioneiro da odontologia esportiva, Mário Trigo também divertia os jogadores com seu jeito extrovertido. Na final, lançou a célebre frase "Come here, king" em diração ao rei Gustavo.