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da Redação
O complexo Tatuapé da antiga Febem, atual Fundação
Casa, será espaço de cursos técnicos.
Terminada a desativação, ontem, pelo governo
José Serra, o local dará origem a um parque
e a uma escola profissionalizante de ensino médio e
superior.
A área de lazer, batizada
de parque do Belém, funcionará em conjunto com
a escola que marca a transição do símbolo
da derrota educacional – que era a Febem – para
a alternativa de ingressar jovens no mercado de trabalho.
Serra conclui desativação
da Febem do Tatuapé
Últimos internos do complexo foram transferidos
na semana passada
Área superior a dois parques
da Luz que abrigava a unidade na zona leste será um
centro de lazer, batizado de parque do Belém
O governo José Serra (PSDB)
concluiu a desativação do complexo Tatuapé
da antiga Febem, atual Fundação Casa, com a
transferência na semana passada dos últimos 37
adolescentes que permaneciam no local.
O esvaziamento gradual das unidades da zona leste se arrastava
desde 2005, tendo sido prometido pela administração
do tucano Geraldo Alckmin para os últimos meses de
2006.
Serra fará hoje uma cerimônia oficial do fim
das atividades do complexo, cujo espaço vai receber
uma área de lazer, batizada de parque do Belém,
e outros equipamentos públicos em seus 255 mil metros
quadrados (mais do que o dobro da área do parque da
Luz, que tem 113 mil metros quadrados).
A Febem do Tatuapé, que já foi a maior e mais
antiga do sistema, ficou marcada nos últimos anos por
rebeliões e acusações de espancamentos.
Chegou a abrigar 1.800 internos nas suas 18 unidades.
Em 2005, a Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA
(Organização dos Estados Americanos) determinou
inclusive a adoção de medidas para garantir
a integridade física dos adolescentes do Tatuapé.
A desativação do complexo se deu em meio ao
projeto de construção de unidades menores pela
Fundação Casa, com capacidade para até
56 jovens. O Estado afirma que já foram construídas
24 pequenas instalações no interior e divulgou
ter como chegar à marca de 57.
Enquanto isso, no entanto, pelo menos outros dois grandes
complexos da antiga Febem, na Raposo Tavares e na Vila Maria,
são até hoje alvos de acusações
sobre as más condições de internação
dos adolescentes.
O governo do Estado afirma que pretende desativar outros quatro
complexos até 2010.
Segundo a Fundação Casa, a retirada dos jovens
do Tatuapé se deu de forma gradativa para evitar a
superlotação em outras instalações.
Hoje existem em torno de 5.400 adolescentes internados em
todas as unidades, cuja capacidade é de 6.360.
A utilização da área no Tatuapé
começou em 1902, segundo registros da antiga Febem,
com a criação de um espaço disciplinar
para jovens abandonados e infratores.
Folha de S.Paulo.
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