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Rede
inaugura loja de 4.300 m2, em três pisos, no Conjunto
Nacional
Com projeto do arquiteto Fernando
Brandão, a loja, que terá teatro, café
e seção infantil, demorou quase dez meses para
ficar pronta
São Paulo perdeu um cinema
tradicional, mas ganha hoje uma das maiores livrarias do Brasil.
Às 10h, Cultura abre as portas de sua nova loja no
Conjunto Nacional, na avenida Paulista, 2.073. Com três
pisos, a megastore de R$ 6 milhões foi instalada numa
área de 4.300 m2 (um pouco mais da metade de um campo
de futebol), onde durante 40 anos funcionou o Cine Astor.
As quatro antigas unidades do Conjunto Nacional foram desativadas
ontem.
A rede tem agora seis lojas no país -além de
três unidades em São Paulo, está em Recife,
Porto Alegre e Brasília. O dono da livraria, Pedro
Herz, afirma que serão abertas outras três até
o fim de 2008, uma delas no shopping Iguatemi de Campinas.
Com a inauguração da sua megastore, que também
abrirá aos domingos, das 11h às 20h, com espaço
para lançamentos e noite de autógrafos, áreas
para crianças e seções de CDs e DVDs,
Herz diz que a rede finalmente obtém uma identidade
única: "As lojas foram igualadas em termos do
que oferecem ao público", diz.
Com projeto do arquiteto Fernando Brandão -que já
havia assinado, entre outros, os projetos da Cultura dos shoppings
Villa-Lobos e Market Place, ambas em São Paulo-, a
loja demorou quase dez meses para ficar pronta.
A demora é justificada: a estrutura precisou ser reforçada
com pilares, de modo a suportar um peso de 800 kg/m2, contra
apenas 300 kg/m2 do projeto original, pensado para uma sala
de cinema comum.
Teatro
Além do amplo espaço dedicado aos livros, a
nova Cultura traz novidades como um teatro com capacidade
para 166 pessoas, batizado de Eva Herz, em homenagem à
mãe de Pedro, que há exatamente 60 anos fundou
a rede, hoje em dia dirigida também por seus netos
Fábio e Sérgio, além de Maria Cecília
Cares.
Segundo o livreiro, a programação teatral ainda
não foi fechada, mas o espaço já deverá
estar aberto ao público a partir do próximo
mês, quando acontecem ali palestras com Sébastien
Charles, professor de filosofia na Universidade de Sherbrooke
(Canadá), Luiz Felipe Pondé, professor de ciência
da religião da PUC-SP, o psicanalista Renato Mezan
e o maestro Julio Medaglia, entre outros.
O primeiro evento da nova livraria Cultura será uma
noite de autógrafos com o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira,
ex-ministro dos governos José Sarney e Fernando Henrique
Cardoso. Bresser-Pereira lança, amanhã, a partir
das 18h30, o livro "Macroeconomia da Estagnação".
Para o próximo mês, estão previstos também
os lançamentos de livros de Lauro
Machado Coelho, Leticia Maura Constant Pires e Flávio
Gikovate, entre outros.
A nova Cultura terá também o V.Café,
operado pelo grupo Viena, uma revistaria e um espaço
exclusivo para jazz e clássicos, separado da seção
de CDs e DVDs com outros gêneros musicais, e decorado
com um painel do artista plástico Carlos Matuck. A
propósito, à entrada da livraria, embaixo da
rampa de acesso, serão montadas exposições
temporárias de pintura, escultura etc.
Nas estantes novas, Herz diz que colocará à
venda um "acervo" de mais de 140 mil títulos,
e ainda 35 mil CDs e DVDs, que, segundo estimativas dele,
irão atrair cerca de 1.500 compradores, diariamente.
"Isso dá uma média de 4.500 pessoas circulando
pela loja todo dia", afirma o livreiro.
Eduardo Simões
Folha de S.Paulo
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