Carros
pagariam tarifa diária de US$ 8
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, propôs recentemente
cobrar uma taxa dos carros que trafegam na região ao
sul da Rua 86, em Manhattan, nos dias úteis. Eles pagariam
uma tarifa diária de US$ 8 no período das 6
às 18 horas; para caminhões, a taxa seria de
US$ 21.
Embora o plano tenha sido atacado por críticos, a
experiência indica que os benefícios econômicos
da chamada “cobrança para evitar congestionamento”
são substanciais. Talvez o principal obstáculo
seja a preocupação com as dificuldades econômicas
dos moradores de baixa renda. Para que as taxas que evitam
o congestionamento atinjam os efeitos pretendidos precisam
ser suficientemente altas para fazer com que um grande número
de pessoas mude de comportamento. Porém, tarifas altas
inevitavelmente são onerosas para algumas pessoas.
Um programa economicamente eficaz é, por definição,
aquele cujos benefícios são superiores ao seu
custo. Ou seja, devem existir formas de redistribuir os ganhos
de modo que todos, ricos ou pobres, lucrem. Apesar de a maioria
das pessoas que circulam de carro por Manhattan não
ser pobre, para muitos, pagar US$ 8 por dia é difícil.
Seria interessante que Bloomberg estudasse a tentativa da
New York State Public Commission de cobrar pelo serviço
de auxílio à lista telefônica nos anos
70. O órgão decidiu criar uma tarifa de US$
0,10 por pedido. A proposta provocou protestos. Então,
além de cobrar US$ 0,10 pelo auxílio à
lista, eles concederam um crédito de US$ 0,30 na conta
mensal dos consumidores que não usassem o serviço.
Se Bloomberg quiser que os nova-iorquinos tenham os benefícios
da tarifa anticongestionamento, a cidade deve adotar uma variante
simples: todas as pessoas que trabalham em Manhattan ganhariam
vales para custear parte da nova taxa. Quem pudesse evitar
as viagens teria a possibilidade de vender os vales a outras
pessoas. Assim, os nova-iorquinos poderiam ter menos trânsito
sem ônus para famílias de baixa renda.
Robert H. Frank, NYT, Nova York
O Estado de S.Paulo
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