João
Batista Jr.
André Klotzel terá seu filme apresentado no
lançamento do projeto municipal às 21h da segunda-feira
(21/05), no Cine Olido. Da França, onde está
para apresentar o filme do qual é co-produtor “A
Via Láctea” na Semana da Crítica do Festival
de Cannes, Klotzel respondeu à entrevista por e-mail.
Como aconteceu de fazer o filme sobre o Bom Retiro?
Sou paulistano, mas nunca tive muito contato com o Bom Retiro.
O interesse em fazer o documentário surgiu do trabalho
da urbanista Sarah Feldman, que tinha uma bela pesquisa sobre
o bairro. Foi ela que, sabendo da iniciativa da Prefeitura,
me mostrou o trabalho e me entusiasmou com a idéia.
Como foi a construção do roteiro?
Para mostrar a história do bairro fui à busca
de personagens atuais que pudessem fazer a conexão
com o passado. Alunos de cinema da ECA-USP passaram a fazer
uma pesquisa de campo e falar com muita gente. A idéia,
de início, era termos quatro personagens, mas as pessoas
que eles descobriram eram tão interessantes que eu
descobri que ficar com elas somente seria empobrecer o caráter
de diversidade próprio do bairro. A concepção,
então, evoluiu e passamos a trabalhar com 13 personagens.
Como eles aparecem no filme?
Pensamos em fazer uma espécie de mini-biografia de
1 minuto de cada um construindo o filme como uma espécie
de mosaico, ou caleidoscópio, que é próprio
do bairro multicultural do Bom Retiro.
Existe uma necessidade dos bairros terem identidade
cultural?
Acho que identidade cultural é decorrência, que
se constrói das mais variadas maneiras à partir
das vivências pessoais e coletivas. As possibilidades
de convivência em uma grande cidade como São
Paulo, em maior ou menor grau, talvez sejam o elemento que
pode ou não cristalizar essa identidade. E conviver
(como navegar), é preciso.
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