Manifestantes
pintaram a faixa da ireita de avenidas como a Sumaré
e Paulista. CET diz desconhecer o desenho. Ciclistas querem
ciclovias
Ciclistas de São Paulo criaram, por conta própria,
faixas preferenciais para bicicletas. A sinalização
feita do lado direito de importantes vias -uma bicicleta pintada
com tinta branca- é um protesto contra a falta de ciclovias
e também uma maneira de alertar os motoristas que há
ciclistas pedalando na região.
Os desenhos foram feitos na noite de 31 de agosto, durante
um encontro de ciclistas ativistas, a Bicicletada. "É
uma forma de mostrar que não há estrutura, e
também que a bicicleta é um veículo que
tem o direito de andar pela rua", explica o jornalista
Tiago Beniggio, que é um dos participantes da Bicicletada.
A organização do evento, explica Beniggio, não
tem nada a ver com as pinturas. "São pessoas que
foram ao encontro e resolveram protestar isoladamente. É
gente que passa aqui todo dia e toma uma fechada dos carros",
afirma o jornalista, que diz que não estava presente
no dia.
As ruas marcadas com o símbolo são, geralmente,
rotas feitas pelos ciclistas em seus passeios. Entre os locais,
estão as avenidas Paulista e Sumaré e as ruas
Henrique Schaumann e Groelândia. A prática de
criar esse tipo sinalização alternativa já
é adotada por ciclistas de outras cidades do mundo,
como Toronto, no Canadá.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, em vias
municipais, apenas a prefeitura pode fazer a sinalização.
"Só o poder público pode fazer isso",
explica o advogado Cyro Vidal, da Comissão de Assuntos
e Estudos sobre o Direito de Trânsito da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil). Segundo ele, não há
uma punição estipulada para a infração.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável
pela sinalização na cidade, desconhecia os desenhos.
Segundo a CET, eles serão avaliados e depois será
decidido se serão apagados.
A forma de protesto é criticada pelo presidente do
CAB (Clube Amigos da Bike), Sérgio Affonso. "Sou
contra. Apesar de ser ativista, é errado. Eu iria por
outro caminho e deixaria a sinalização a cargo
do poder público", afirma Affonso.
Artur Rodrigues
Agora
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