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Folclore
Caçadores de Lobisomem
Em noites de lua cheia, crianças e adultos se enveredam pelas matas de Joanópolis em busca da assombração
MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
CAMILLA COSTA
ENVIADAS ESPECIAIS A JOANÓPOLIS
Em Joanópolis (115
km a nordeste de
São Paulo), os Lobisomens existem e passeiam livremente pelas
ruas à noite. Ao menos é
isso o que dizem os moradores e a Associação dos
Criadores de Lobisomens, fundada em 1998.
Na cidade, há bonecos
de Lobisomem em casas,
lojas e ruas, e o visitante
participa, nos sábados de
lua cheia, de uma trilha
noturna, em carros, pelas
matas, para caçar a criatura (ela é organizada por
uma pousada local; tel.
0/xx/11/4035-1485).
Como a próxima sexta-feira é o Dia do Folclore, a
Folhinha foi a Joanópolis
para saber por que a cidade foi escolhida como a
capital do Lobisomem. E
descobriu que, apesar de
não saberem se o bicho realmente
existe, os moradores contam casos assustadores!
Valter Cassalho, historiador e fundador da associação, explica que a
"lobomania" começou
depois que a folclorista
Maria do Rosário de Souza, de tanto ouvir histórias contadas pelos mais
velhos, foi pesquisar lendas do mito no Brasil.
Hoje, a cidade atrai curiosos que procuram a
assombração. Para não
assustar os turistas, o Lobisomem de Joanópolis
não mata pessoas. "Ele só
assusta, não faz mal", diz
Cassalho.
Marcos Bueno, artesão
que cria bonecos e camisetas de Lobisomem,
afirma que o mito tem
de continuar vivo para
que as pessoas não percam a tradição das histórias encantadas.
A associação
guarda essas histórias e
a maior diversão dos moradores é ouvir as lendas contadas pelos avós e
pelos bisavós. "Os mais
velhos têm um mundo
próprio que sempre vale a pena
conhecer."
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