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Volta às aulas
Escola da pesada
Peso da mochila torna-se o principal vilão na volta às aulas
CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As férias de julho são sempre esperadas por todo
mundo, mas um pouquinho
mais por Alana Marconi, 12.
É que, com o fim das aulas, a
estudante, de 45 kg, conseguiu uma folga também dos
quase 10 kg de sua mochila.
"Não estava mais agüentando, minhas costas doíam
o tempo todo. A dor só passou depois de uma semana e
meia de férias", conta.
As costas do irmão, Matheus, 11, também doem
quando ele fica muito tempo com a mala nas costas.
"Dói todos os dias, mas eu
agüento e fico esperando a
dor passar antes de ir brincar."
Mas quem sente o mesmo
não deve ignorar o problema, dizem os médicos.
"A dor é um sinal de que algo
está errado e precisa ser investigada", alerta Gilberto
Anauate, 51, ortopedista
do hospital Santa Paula.
"A mochila com peso excessivo e carregada de um
modo inadequado pode
causar desvios posturais e,
com o tempo, dor e até desgaste da coluna", diz Luiz
Eduardo Vargas da Silva, 46,
médico-assistente do Instituto da Criança. "A proposta é sempre a de levar menos peso", aconselha.
Só que esse é um problema que começa, antes de tudo, nas escolas. "Os professores não avisam de que
material vamos precisar,
então eu levo tudo e nem
uso", reclama Alana.
Paulo Celestino, 12, concorda. "Levo o material
completo, tenho medo de
esquecer alguma coisa. Se o
professor pede algo que eu
não levei, ganho anotação."
Mas algumas escolas, como a em que estuda César
Spadão, 9, têm armários em
que os alunos podem guardar o material. "Assim a mochila é mais leve. É bem melhor carregar menos peso."
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