São Paulo, sábado, 26 de julho de 2008

Volta às aulas

Escola da pesada

Peso da mochila torna-se o principal vilão na volta às aulas

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As férias de julho são sempre esperadas por todo mundo, mas um pouquinho mais por Alana Marconi, 12. É que, com o fim das aulas, a estudante, de 45 kg, conseguiu uma folga também dos quase 10 kg de sua mochila.
"Não estava mais agüentando, minhas costas doíam o tempo todo. A dor só passou depois de uma semana e meia de férias", conta.
As costas do irmão, Matheus, 11, também doem quando ele fica muito tempo com a mala nas costas. "Dói todos os dias, mas eu agüento e fico esperando a dor passar antes de ir brincar."
Mas quem sente o mesmo não deve ignorar o problema, dizem os médicos. "A dor é um sinal de que algo está errado e precisa ser investigada", alerta Gilberto Anauate, 51, ortopedista do hospital Santa Paula.
"A mochila com peso excessivo e carregada de um modo inadequado pode causar desvios posturais e, com o tempo, dor e até desgaste da coluna", diz Luiz Eduardo Vargas da Silva, 46, médico-assistente do Instituto da Criança. "A proposta é sempre a de levar menos peso", aconselha.
Só que esse é um problema que começa, antes de tudo, nas escolas. "Os professores não avisam de que material vamos precisar, então eu levo tudo e nem uso", reclama Alana.
Paulo Celestino, 12, concorda. "Levo o material completo, tenho medo de esquecer alguma coisa. Se o professor pede algo que eu não levei, ganho anotação."
Mas algumas escolas, como a em que estuda César Spadão, 9, têm armários em que os alunos podem guardar o material. "Assim a mochila é mais leve. É bem melhor carregar menos peso."

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