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Festivais são vitrine do hip-hop de vanguarda

Gonjasufi é atração do Nova Festival, enquanto o Sónar traz à cidade os produtores Cut Chemist e Flying Lotus

Figura exótica de voz rouca, Gonjasufi compara seu estilo espiritual a um som originado no Cosmos

Divulgação
O produtor e professor californiano de ioga Gonjasufi, que toca na noite de hoje na choperia do Sesc Pompeia
O produtor e professor californiano de ioga Gonjasufi, que toca na noite de hoje na choperia do Sesc Pompeia

MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO

Entre hoje e sábado, uma nave espacial vai despejar em dois festivais uma tripulação maluca formada por MCs e produtores que têm transformado o hip-hop experimental em algo praticamente inclassificável.

A concentração maior desses vanguardistas estará na edição paulistana do festival catalão Sónar, que ocupa o parque Anhembi amanhã e sábado, com o "turntablist" Cut Chemist, o rapper Doom e o produtor Flying Lotus, entre outros (leia mais ao lado).

Em outro canto da cidade, no Sesc Pompeia, o produtor e professor de ioga californiano Gonjasufi representa a turma no festival multimídia Rojo Nova Cultura Contemporânea, que desde abril espalha atrações de cinema, música e artes visuais pela cidade.

Integrante do seleto casting de artistas da gravadora Warp, referência na cena eletrônica experimental, Sumach Ecks, mais conhecido como Gonjasufi, é uma das figuras mais exóticas da música contemporânea.

Tem como marcas registradas a voz rouca e mística, e uma coleção de instrumentais distorcidos e quebrados -reflexo do caminho espiritual e obscuro que o hip-hop experimental tem tomado.

"Meu estúdio é minha nave espacial, que me ajuda a viajar por entre as dimensões, enquanto refuto o tempo e o espaço. O que você ouve nos meus discos é um reflexo dessa experiência", explica.

Completamente zen, apareceu nos anos 1990 a bordo do coletivo de rap Masters of the Universe, fundado por Orko Eloheim em San Diego.

"Orko foi meu primeiro mentor na música. Esse grupo esculpiu o cara que vocês conhecem hoje como Gonjasufi", conta à Folha o músico, que vendia fitas K7 na rua para ganhar um dinheiro. O grupo, de tão alternativo para a época, não vingou.

Em meados de 2006, Gonjasufi largou tudo e mudou-se para o deserto de Mojave, em Las Vegas. "Foi um período muito especial. Eu me formei na Bikram's Yoga College of India, dava aulas e praticava ioga como se não houvesse amanhã", lembra.

Naquela época, conheceu Flying Lotus, apresentado a ele por um amigo, outro produtor dessa leva experimental, Gaslamp Killer. Foi aí que tudo mudou.

Com a ajuda do novo amigo, entrou na Warp, e lançou quatro discos. Com o primeiro, "A Sufi and a Killer", ficou conhecido mundialmente.

O último, "Mu.zz.le", produzido por ele e o amigo produtor Psychopop, o consagrou. "Esse disco se formou basicamente sozinho. Eu simplesmente saí do caminho."

Para a apresentação de hoje, Gonjasufi separou baterias eletrônicas e sintetizadores. "Vou tocar o inesperado, não o disco. Vai ser muito alto, punk e sem perdão."

GONJASUFI - NOVA CULTURA CONTEMPORÂNEA
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700)
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

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