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Gérard Depardieu e Cécile de France em 'Quando Estou Amando'

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

T em gente que escolhe o filme que quer ver pelo gênero: romance, ação, policial. Outros preferem nacionalidades: americanos, franceses, italianos. Um terceiro tipo, bastante comum, gosta de intérpretes: Meryl Streep, Jack Nicholson, Tom Cruise. E há quem ache vantajoso um título que conjuga os três fatores. São estes os clientes em potencial de "Quando Estou Amando", que mistura gênero (romance), nacionalidade (francês) e intérprete (Gérard Depardieu) pelo preço de um só ingresso. O astro se encarrega de dar um pouco de vida à ficção anêmica proposta pelo diretor Xavier Giannoli. Depardieu faz Alain Moreau, uma versão francesa do nosso "cantor de churrascaria", aquele cara que tem talento, mas acabou perdendo a hora e vive de entreter casais em bailes provincianos. Animação mesmo ele só encontra quando cruza seu caminho uma garota jovem, bonita e que cede a seus encantos. Um pouco de desilusão é o máximo de tempero na receita do roteiro, também de Giannoli, cujo esforço se concentrou em esboçar um papel que ajudasse Depardieu a sair de sua recente letargia profissional. O que se vê em cena, contudo, não é um personagem, mas um ator fazendo o tipo que se convencionou associar à sua imagem de grandalhão frágil -em suma, um estereótipo. A cena mais emblemática mostra Moreau cantando num chá de idosos, com senhoras balançando as cabeças no ritmo enquanto outros cochilam. Nela, reflete-se o título original do filme "Quand J'Étais Chanteur" (quando eu era cantor), com o qual Depardieu arranca alguns trocados de nós, graças à memória que guardamos de quando ele era ator. Avaliação: ruim Veja endereços e classificação indicativa nesta página

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