São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

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Festival Contemporâneo de Dança frisa experimentação

Evento tem sua quarta edição na cidade, até o próximo dia 13

AMANDA QUEIRÓS
DE SÃO PAULO

Depois da Bienal de Dança do Ceará e dos festivais internacionais de Recife e Belo Horizonte, chegou a vez do paulistano Festival Contemporâneo de Dança, que dá o pontapé a sua quarta edição.
Neste ano, o evento -que se propõe a colocar uma lupa no que há de mais experimental dessa cena- cresceu. Além da Galeria Olido, sua tradicional casa, ele ocorre também no Centro Cultural Banco do Brasil e segue, quase diariamente, até o dia 13. Apesar de São Paulo receber um fluxo intenso de companhias internacionais de dança, o evento se destaca por reunir nomes estrangeiros interessados em uma pesquisa artística de fôlego.
"Buscamos coreógrafos que estão abrindo novas possibilidades, expandindo o entendimento do que pode ser dança", afirma a diretora artística Adriana Grechi.
Esse alinhamento justifica a escolha de artistas como o marroquino Taoufiq Izeddiou e a espanhola Paz Rojo, que já participaram de outras edições do festival, em detrimento de uma seleção focada em novos rostos.
"Este é um contraponto à atitude consumista de só valorizar a novidade e em seguida descartá-la. Uma obra consistente é resultado de uma investigação contínua, e é isto que procuramos promover", diz Grechi.
Em 2009, Izeddiou dançou um solo ainda inacabado que questionava o papel da identidade em um mundo multicultural. O trabalho se transformou em "Aaleef".
Já Rojo, que havia exibido no ano passado uma colaboração com o brasileiro Cristian Duarte, traz agora "Lo que Sea Moviéndose Así". Duarte também mostra um solo seu, "The Hot One Hundred Choreographers", no qual faz um "patchwork" de trechos de peças emblemáticas de diferentes coreógrafos para discutir as ideias de criação e autoria.
A grande aposta entre os artistas ainda inéditos no Brasil é a húngara radicada em Berlim Eszter Salamon, que apresenta "Dance for Nothing", trabalho que faz ponte com "Lecture on Nothing", de John Cage (1912-1992) -um discurso sobre o valor do vazio e do silêncio.
A programação inclui também o sueco Jefta van Dinther e outros brasileiros, como Michelle Moura, do coletivo paranaense Couve-Flor, e Marcelo Gabriel, de Minas Gerais.


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