|
Próximo Texto | Índice
FÓRUM CULTURAL MUNDIAL
Atrações de hoje incluem índios brasileiros, dançarinos moçambicanos e músico curdo exilado
Diversidade marca último dia do Fórum Cultural Mundial
JANAÍNA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A diversidade artística, proposta pelo Fórum Cultural Mundial,
toma conta hoje da avenida Paulista, de sete unidades do Sesc e do
Museu da Casa Brasileira. Após
oito dias de debates, encontros e
manifestações culturais, o fórum
termina com mais de 15 atrações
nacionais e internacionais, que
vão se apresentar nesses espaços,
do começo ao fim do dia.
Os gêneros artísticos e origens
são os mais variados. Um exemplo é a coreografia "Mafalala", dos
moçambicanos da Cia. de Dança
da CulturArte. Segundo seu coreógrafo e diretor, Panaibra Gabriel, a coreografia, inspirada no
bairro homônimo que fica na capital, Maputo, é uma leitura contemporânea da cultura do país.
"Mafalala abrigava os índios
que chegavam do campo para trabalhar na cidade. Mas gente de todo o país costumava habitar esse
bairro, que fica na periferia. Hoje,
os moradores são os mais variados, e há, inclusive, intelectuais. É
como um espelho da cidade", diz.
O multiculturalismo também
está presente no encontro do percussionista brasileiro Naná Vasconcelos com o violonista espanhol Pablo Arrieta, que estarão
juntos no Sesc Ipiranga. A dupla,
que tem uma carreira internacional conjunta e gravou um CD em
2003, se apresenta com o flautista
espanhol César Miquiles.
Outro show inusitado é o do
músico Sivan Perwer, do Curdistão, com o grupo brasileiro Mawaca e os índios Wauja, do Alto
Xingu, no Sesc Vila Mariana. Perwer, exilado na Suécia, tocará canções tradicionais curdas, enquanto o Mawaca mostra sua pesquisa
de músicas de etnias do mundo, e
os índios Wauja apresentam o ritual da Flauta da Taquara.
O Encontro de Novos Coreógrafos, a partir das 17h no Sesc
Pompéia, mostra uma série de investigações contemporâneas da
dança mundial. Composta por
seis diferentes trabalhos coreográficos, que vão se apresentar em
cerca de 20 minutos, o encontro
revela a produção brasileira e de
países como a Finlândia, Austrália, China e Estados Unidos.
Ainda na cena internacional,
haverá a exibição inédita, no Cinesesc, do filme "Estrangeiras",
um documentário da cineasta
basca Helena Taberna. Ela filmou
o cotidiano de 30 mulheres imigrantes que moram em Madri.
O teatro também se destaca na
programação, com as montagens
de "Macbeth", pelo grupo Amok
Teatro, e "Primus" (baseado em
um conto de Kafka), da Boa Companhia, ambos no Sesc Itaquera.
Outras atrações bem brasileiras
são os shows da sambista Beth
Carvalho, acompanhada pelo
Quinteto em Branco e Preto no
Sesc Itaquera, e a apresentação
solo do violinista Chico Saraiva,
no Museu da Casa Brasileira.
A literatura também está representada na mostra artística do fórum. Com escritores, poetas, dançarinos e uma cantora, o encontro
"Palavra Dança: Herança Afro",
na choperia do Sesc Pompéia,
promove um sarau com textos de
autores negros do Brasil e do
mundo. Para terminar o fórum,
haverá a realização do Domingo
na Paulista, das 9h às 14h, com
apresentações de maracatu, baterias de escolas de samba e até um
desfile de moda, com criações de
novos estilistas.
Próximo Texto: Exposição: "Picasso na Oca" chega ao fim Índice
|