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DANÇA
Companhia paulistana apresenta duas coreografias acompanhadas pela música da Orquestra Sinfônica Municipal
Balé da Cidade revê duas versões de Bach
KATIA CALSAVARA
DA REDAÇÃO
Assim como os bailarinos não
têm o mesmo desempenho em
suas apresentações, para os músicos a premissa é verdadeira. É
sempre um desafio acompanhar
as encenações coreográficas e fazer com que os músicos também
toquem conforme a dança.
De hoje até sábado, no Teatro
Municipal, o Balé da Cidade de
São Paulo mostra duas versões
dançantes para a música de Johann Sebastian Bach (1685-1750):
"Axioma 7" e "Magnificat". O
corpo de baile terá acompanhamento da Orquestra Sinfônica
Municipal e do Coral Paulistano.
"Também é responsabilidade
do regente tornar a execução da
performance de dança mais segura. Quando trocam os elencos,
por exemplo, o músico também
precisa observá-los porque eles
nunca dançam igual", diz o regente Henrique Lian, 37.
"Axioma 7" (1996), do israelense Ohad Naharin, que abre o programa, é das obras mais interpretadas pela companhia e merece
ser revista. Um jogo intrigante de
corpos e cadeiras começa em semicírculo e evolui em "canon"
-quando um bailarino inicia um
movimento que reverbera em seqüência por todos os outros.
Pouco a pouco, as roupas se espalham pelo palco. Os corpos ficam cobertos apenas por pouca
roupa, como por aqueles pijaminhas antigos.
Ohad Naharin, o coreógrafo,
costuma dizer que a palavra axioma sempre o fascinou. Na obra, é
possível notar a construção quase
matemática dos movimentos que
ele utiliza em cena.
"Magnificat" (1986), do argentino Luis Arrieta, marca a linguagem de um período em que a
companhia teve um coreógrafo
residente, o próprio Arrieta.
Tecnicamente difícil de ser executado, o balé traz o tema do júbilo de Maria, que agradece por sua
honrosa gestação.
"Trata-se de uma coreografia
que remontamos para comemorar o aniversário de 450 anos de
São Paulo. Com toda a sua pompa
e circunstância, "Magnificat" precisava ser apresentada e dançada
pelo novo elenco", comenta Mônica Mion, diretora artística da
companhia.
Em dado momento da dança, o
coral surge no palco protegido
por uma tela. Nesse momento, o
canto vivo dá ainda mais graça à
movimentação geometrizada de
Arrieta.
Com linhas horizontais nos macacões, em tons variados de amarelo e azul, o figurino exibe quase
uma dança à parte.
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO.
Apresentação dos três corpos estáveis do
Teatro Municipal de São Paulo (pça.
Ramos de Azevedo, s/nš, tel. 223-3022).
Quando: hoje e terça, às 17h; de quarta a
sábado, às 21h; no dia 9, o espetáculo
ocorre sem a orquestra. Na terça, a
apresentação é gratuita (retirar ingresso
na bilheteria um dia antes). Quanto: de
R$ 10 a R$ 15.
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