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Walter Carvalho, fotógrafo de "Central do Brasil", no set

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Alguns dos nomes mais expressivos da direção de fotografia para cinema, como Gregg Toland ("Cidadão Kane"), Vittorio Storaro ("Apocalypse Now") e Néstor Almendros ("Cinzas no Paraíso"), são os protagonistas do filme "Visions of Light: The Art of Cinematography" (1992), de Arnold Glassman, Todd McCarthy e Stuart Samuels.
Co-produzido pelo American Film Institute e pelo canal japonês NHK, o documentário participou da 17ª Mostra Internacional de São Paulo, em 1993, e não foi lançado comercialmente no Brasil, mas pode ser adquirido em DVD nos EUA.
Amanhã, entra em cartaz uma espécie de versão nacional: "Iluminados", primeiro longa da mineira Cristina Leal.
Homenagem a uma atividade desconhecida pelo público, mas determinante para o resultado que se vê na tela, o documentário vai além da estrutura convencional: além de entrevista seis fotógrafos e mostrar imagens de seus trabalhos, Leal propõe a eles filmar um trecho de roteiro -uma briga de casal que termina em reconciliação.
Os decanos do grupo começaram no cinema novo: Mário Carneiro (que estreou em "Arraial do Cabo", em 1960, e morreu logo depois das filmagens de "Iluminados", em setembro de 2007), Fernando Duarte ("Ganga Zumba") e Dib Lutfi (operador de câmera de "Terra em Transe").
Edgar Moura (fotógrafo de "Gaijin" e autor do livro "50 Anos Luz, Câmera e Ação"), Pedro Farkas ("Inocência") e Walter Carvalho ("Central do Brasil") são revelações dos anos 70. Cada um encontra uma solução própria para o desafio de Leal, exemplificando o impacto de luz e câmera sobre um filme. Oculto, um sétimo personagem se revela participante privilegiado do jogo: Antonio Luiz Mendes ("Ópera do Malandro"), que faz a fotografia do próprio "Iluminados".