|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP vê versão "quase" original
DA REPORTAGEM LOCAL
O "Romeu e Julieta" que os
paulistanos poderão ouvir a partir
de hoje tem uma singularidade
preciosa: trata-se da versão mais
próxima da originariamente escrita por Charles Gounod.
O maestro Jamil Maluf, regente
e diretor musical da produção, diz
que o compositor, por modismos
ou caprichos de empresários,
reestreou sua ópera em versões ligeiramente modificadas.
Encomendada pelo Teatro Lírico de Paris, as 200 récitas com que
ela foi apresentada, um evidente
sucesso, fizeram-na ser em seguida encenada pela Ópera Cômica,
em que diálogos falados, para
desgosto de Gounod, foram enxertados em meio ao desenvolvimento musical. Uma aberração.
Uma segunda estréia, na Ópera
de Paris, exigiu a introdução de
cenas de balé. Entre as concessões
que foi obrigado a fazer, esteve
ainda a supressão de uma ária de
Julieta, "Dieu! Quel Frisson!", sem
a qual desaparece do drama a hesitação moral da jovem por deixar
sua família e integrar o clã de seus
inimigos históricos.
O Municipal encena versão que
suprime as peças de dança e reintroduz a ária amputada.
"Romeu e Julieta", diz Jamil
Maluf, foi a ópera que Gounod
julgava sua melhor composição
lírica. A peça não é feita de blocos
sonoros compactos. Sua constituição, ao contrário, se dá por
nuanças que precisam ser realçadas com delicadeza e insistência
nos trabalhos de ensaio com a orquestra e com os cantores.
(JBN)
Texto Anterior: Erudito: Teatro Municipal revive Romeu e Julieta Próximo Texto: Evento: Parada gay altera Domingo na Paulista Índice
|