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Coleção "doméstica" de gravuras
passeia pela arte gráfica brasileira
Mostra na Caixa Cultural Sé exibe 180 trabalhos do casal Mônica e George Kornis
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A gravura não é um gênero
menor na arte brasileira e nem
pode ficar encapsulada em um
gueto. A avaliação do casal carioca Mônica e George Kornis é
um dos principais pontos que
guia a exposição de 180 trabalhos da sua coleção -com um
total de cerca de 3.000 gravuras-, que está em cartaz na
Caixa Cultural Sé.
"A Gravura Brasileira na Coleção de Mônica e George Kornis" consegue dar um bom panorama da invejável coleção do
casal, considerado o mais importante conjunto de obras
gráficas no país, seguida de perto pela de Guita e José Mindlin.
Entre os artistas representados há desde nomes históricos
de importância inegável, como
Oswaldo Goeldi (1895-1961) e
Livio Abramo (1903-1992), nomes da "era de ouro" da gravura
nacional, nos anos 60, quando
artistas como Fayga Ostrower
(1920-2001) e Anna Letycia expuseram e ganharam prêmios
no exterior, além de contemporâneos que utilizam a linguagem hoje, como Claudio Mubarac e Marco Buti.
"Quisemos formar mesmo
uma exposição de tipo painel,
com muitos artistas [cerca de
cem] e diversas obras", conta a
socióloga Mônica, hoje professora da FGV-Rio. "Sempre buscamos formar uma coleção nacional", diz o economista George, hoje professor da Uerj.
No entanto, listar nomes e
momentos conhecidos da história da gravura não dá conta
da diversidade do conjunto.
"Também quisemos dar uma
idéia de ambiente doméstico à
mostra. Não tem nada de cubo
branco aqui, há um acúmulo de
quadros por vários ambientes",
afirma George. "Reconhecer a
gravura como meio artístico
forte implicou em prestar atenção em nomes que estão distantes dos grandes centros. E a coleção destaca a produção menos conhecida de artistas famosos em outros suportes."
Assim, a mostra exibe trabalhos de Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves, do Rio Grande do Sul; de Hansen Bahia e
Henrique Oswald, da Bahia; de
Guido Viaro e Uiara Bartira, do
Paraná; entre outros locais. E
há raras obras gráficas de nomes como Yolanda Mohalyi
(1909-1978), Hélio Oiticica
(1937-1980) e Raimundo Colares (1944-1986).
A GRAVURA BRASILEIRA NA
COLEÇÃO DE MÔNICA E
GEORGE KORNIS
Quando: de ter. a dom., das 9h às 21h;
até 14/9
Onde: Caixa Cultural Sé (pça. da Sé,
111, tel. 3321-4400)
Quanto: entrada franca
Classificação indicativa: livre
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