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Crítica/"A Força da Amizade"
"Road movie" com viúvas em viagem pelos EUA não sai do ponto morto
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O s filmes de estrada têm muito de cinematográfico, pelo fato de que o próprio deslocamento significa "imagem em movimento" -a essência do cinema. É uma vertente, também, que promove encontros dos personagens com o mundo: com seres ou seus dilemas. No caso de "A Força da Amizade", o encontro se dá apenas entre três grandes atrizes de Hollywood.
Jessica Lange é Arvilla, viúva que vai de Utah à Califórnia, acompanhada das amigas também viúvas (Kathy Bates e Joan Allen), entregar a contragosto as cinzas do marido aventureiro à enteada. Ele queria que seus restos fossem espalhados mundo afora, e este será o grande conflito de Arvilla.
Se a história já é bastante banal, o diretor Christopher N. Rowley poderia, então, honrar o cinema e construir imagens que instalassem suas personagens nos espaços e transmitissem idéia de deslocamento. Mas não: a experiência da viagem não transcende o mero cartão-postal, como aqueles planos que a Rede Globo grava em locação para ligar uma cena de estúdio a outra.
Sem encontrar ou descobrir algo -como ocorre nas grandes viagens-, "A Força da Amizade" é um filme em ponto morto, ou morto. Sintomático, assim, que o personagem do marido não seja mais do que cinzas.
A FORÇA DA AMIZADE
Produção: EUA, 2006
Direção: Christopher N. Rowley
Com: Jessica Lange, Kathy Bates
Quando: estréia amanhã nos cines Espaço Unibanco Pompéia e Unibanco Arteplex; classificação: 12 anos
Avaliação: péssimo
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