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Compra de casa de Yeda é alvo da oposição
PT quer que Procuradoria apure aquisição por valor superior a patrimônio; tucana nega irregularidades
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A oposição à governadora
Yeda Crusius (PSDB-RS) vai
pedir ao Ministério Público Federal que investigue a compra,
pela tucana, de um imóvel em
bairro nobre de Porto Alegre.
Em dezembro de 2006, antes
de tomar posse, a governadora
comprou uma casa por R$ 750
mil, valor superior ao total dos
bens declarados antes da campanha (R$ 674 mil).
As supostas irregularidades
do negócio foram citadas durante depoimentos à CPI que
investiga o desvio de R$ 44 milhões no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do Estado e deverão fazer parte do
relatório paralelo que o PT prepara. A crise política que Yeda
enfrenta já derrubou quatro integrantes do primeiro escalão.
A casa, onde vive hoje, tem
467 m2 de área construída, distribuídos em quatro pavimentos, em um terreno de 645 m2.
De acordo com a certidão registrada em cartório, ela pagou
R$ 550 mil no ato da compra e
se comprometeu a pagar mais
R$ 200 mil quando o antigo dono apresentasse os documentos de quitação de dívidas.
Yeda nega irregularidade no
negócio. Sua assessoria disse
que o dinheiro foi obtido com a
venda de dois apartamentos e
de um carro. Na declaração de
bens apresentada em maio de
2006, esses dois imóveis estavam avaliados, respectivamente, em R$ 37 mil e R$ 218 mil
-valores que podem estar desatualizados, uma vez que a Receita não obriga os declarantes
a atualizar anualmente o valor
do patrimônio. A assessoria de
Yeda não informou por quanto
foram vendidos os imóveis.
Segundo a deputada Stela
Freitas (PT), integrante da
CPI, há um registro de penhora
judicial que teria impedido a
venda de um dos apartamentos. A petista aponta como indício de suposta irregularidade
uma possível avaliação da casa
comprada por Yeda abaixo do
preço de mercado. Como tem
só 3 dos 12 deputados da CPI, o
PT pedirá a investigação em
um relatório paralelo, a ser
apresentado na sexta-feira.
Ontem pela manhã, um grupo de 30 estudantes universitários, ligados ao Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, protestou em frente à casa
de Yeda. A manifestação foi
dissolvida pela Brigada Militar.
Uma pessoa foi presa. À tarde,
duas pessoas foram detidas enquanto protestavam em frente
ao Palácio Piratini (sede do governo). Todos foram liberados.
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