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Lula segue popular, mas medo da inflação cresce, diz pesquisa
Levantamento do Ibope/CNI mostra que 65% dos brasileiros acreditam que preços vão subir, alta de 14 pontos percentuais
58% acham governo "bom" ou "ótimo", mesmo índice de março; piorou, no entanto, aprovação ao combate que governo Lula faz à inflação
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A população brasileira está
mais preocupada com combate
à inflação que o governo Lula
vem fazendo e acredita que os
preços vão subir ainda mais nos
próximos seis meses, revela
pesquisa Ibope encomendada
pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Segundo o levantamento, realizado entre os
dias 20 e 23, o índice dos que
aprovam as medidas do governo contra a inflação caiu de 51%
para 41% entre março e junho,
enquanto o dos que desaprovam subiu de 43% para 53%.
Divulgada ontem, após ter
ouvido 2.002 pessoas de todos
os Estados, a pesquisa mostra
que, apesar do avanço da preocupação com a inflação, a popularidade do governo petista
permanece inalterada e em um
patamar recorde -58% dos entrevistados consideram o governo "ótimo/bom", assim como na pesquisa de março.
A pesquisa mediu a expectativa dos brasileiros para os próximos seis meses. Em relação à
inflação, 65% acreditam que ela
irá aumentar, contra 51% da
pesquisa anterior. Houve uma
reviravolta também na expectativa sobre trabalho -o índice
dos que acham que o desemprego irá crescer aumentou dez
pontos, de 42% para 52%.
As críticas também avançaram sobre a política de juros do
governo, hoje em 12,75% ao
ano. Aqueles que desaprovam o
método do Banco Central passaram de 53% para 61%.
"[A pesquisa] sinaliza com
clareza uma desconfiança de
que o processo de inflação é
mais substantivo do que no
passado", disse Marco Antonio
Guarita, diretor de relações
institucionais da CNI. "A expectativa sobre o futuro da inflação já está impactando na
avaliação da política de inflação
[do governo]", completou.
A pesquisa Ibope/CNI também detectou variação negativa na avaliação do combate do
governo à fome e à pobreza.
Dentro da margem de erro, oscilaram de 62% para 59% os
que aprovam essas ações.
Na área ambiental, com o tema à tona após a troca de Marina Silva por Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente e a
divulgação do aumento do desmatamento, caiu de 60% para
53% o índice dos que aprovam
as ações do governo em relação
ao tema. O dos que desaprovam
saltou de 34% para 40%.
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