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Comunidades satirizam presidente
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva é figura popular no Orkut, mesmo que essa popularidade esteja mais para "falem mal,
mas falem de mim": de 26 comunidades sobre ele, somente três
delas são a favor do petista.
Entre as mais comuns, como
"Fora Lula!" e "Eu acredito no Lula", há uma que não se propõe a
criticar ou elogiar o presidente,
mas sim questionar onde foi parar o dedo mindinho da mão esquerda que ele perdeu em 1964,
na prensa de uma fábrica do ABC,
onde trabalhava como torneiro
mecânico. "Onde estará o dedinho do Lula?" tem 325 membros.
Entre as teses, a maioria de evidente mau gosto, está: "Dizem
que é o dedo de Lula que vem articulando a oposição. O mindinho
de Lula nunca foi de confiança.
Além de sofrer um complexo de
inferioridade, nunca admitiu ser
de esquerda, lançando-se da mão
e assumindo papel próprio nos
bastidores da política nacional".
Outra pessoa afirma que seria
melhor que Lula tivesse perdido a
língua, não o dedo. Há também
comentários anônimos, provavelmente de simpatizantes do presidente, que, irritados com as críticas e as possibilidades aventadas
sobre o dedinho, acabam discutindo pela internet.
Uma das mensagens diz que
não entende o porquê de tanta gozação. Outra questiona por que,
se falam tão mal, não pode ter alguém falando bem.
Essas discussões são comuns,
mas não eram a intenção inicial
de Carlos Alexandre Ferreira Bahiense, 25, o fundador. Conta ele
que, um dia, enquanto passeava
pelas páginas do Orkut, teve a
idéia, "do nada", de criar uma comunidade sobre o dedo ausente
do presidente. Carlos afirma não
ser filiado nem simpatizante de
partido nenhum. Formado em
engenharia da computação, mora
no Rio e diz que deve votar em
Cesar Maia (PFL).
A segunda comunidade com
mais associados é "Morte ao Lula", que conta com 306 filiados. A
imagem que a ilustra mostra o
presidente em uma guilhotina, e
as mensagens no fórum são ferinas: há quem queira saber como
pedir o impeachment de Lula.
Mas o presidente tem suas comunidades de glória. A "Viva Lula", com 116 pessoas, é descrita assim pelo seu criador: "Como só
existem comunidades que nasceram para falar mal do governo
Lula, esta aqui se propõe a mostrar o quanto o país melhorou
desde a saída do nosso tirano e
entreguista FHC". A Folha tentou
falar com o fundador, mas não
obteve resposta.
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