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SAIBA MAIS
Dono de empresa é sapateiro aposentado
DA REPORTAGEM LOCAL
A Lavicen Construções e Locações de Máquinas de Terraplanagem Ltda. está registrada
na Junta Comercial do Estado
do Paraná como sendo pertencente aos comerciantes Lavino
Kill e Joel Gonçalves Pereira.
De acordo com os registros, a
empresa foi fundada em junho
de 1987 no município paranaense de Abatiá.
Kill nega ser ou ter sido um
dos sócios da Lavicen, embora
seu nome apareça no contrato
social da empresa. Aos 68 anos,
ele é sapateiro aposentado e ainda hoje conserta sapatos. Semi-analfabeto, não reconhece sua
assinatura no contrato social da
empresa.
Ele já teve seus documentos
extraviados. A assinatura de Kill
nos documentos de constituição da Lavicen é completamente diferente da de sua carteira de
identidade.
O outro dono oficial da Lavicen é Joel Gonçalves Pereira,
que seria sócio de Kill -apesar
de o sapateiro afirmar não conhecê-lo.
Pereira responde a processo
por estelionato e falsidade ideológica e está desaparecido, segundo as autoridades paranaenses que colaboram com o
Ministério Público do Estado de
São Paulo.
O representante legal da Lavicen é o contador Francisco Sacerdote, que assinou os contratos da empresa com a CBPO.
O contrato para locação de
máquinas e equipamentos que
supostamente seriam usados na
construção da rodovia Carvalho
Pinto, por exemplo, foi assinado
em novembro de 1994, a 40 dias
do fim do mandato de Fleury.
Em depoimento ao Ministério
Público do Estado de Paraná,
Sacerdote disse que recebeu de
Pereira a procuração para representar a empresa e que não
conhece o sapateiro Kill.
O contador afirmou também
que foi apenas funcionário da
Lavicen e que o dinheiro era repassado pela CBPO diretamente
a Joel Gonçalves Pereira. Como
representante legal da empresa,
ele receberia salário mensal de
R$ 1.000.
Sacerdote já foi condenado
pela Justiça do Paraná a dois
anos e quatro meses de prisão
por estelionato, em 1992. Ele fugiu para não cumprir a sentença, mas a sua pena prescreveu
em 1997.
O Ministério Público suspeita
que a Lavicen tenha utilizado o
dinheiro que recebeu da CBPO
para pagar propina a agentes
públicos responsáveis pela contratação e pela fiscalização das
obras.
O promotor Luiz Salles do
Nascimento requereu ao Banco
Central informações sobre
eventuais contas bancárias em
nome da Lavicen para saber se
elas teriam sido usadas para remessa de dinheiro ao exterior.
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