DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria de imprensa da CBPO informou que, segundo a empresa, o contrato firmado entre ela e a Lavicen Construções e Locações de Máquinas de Terraplanagem Ltda. é regular e foi realizado com respeito à legislação.
A empreiteira indicou à reportagem da Folha que falasse com o advogado Renato Andrade, de Curitiba (PR), apresentado como procurador da Lavicen.
Na primeira conversa com a reportagem, ele confirmou ser advogado da Lavicen, mas disse que não conhece nenhum dos donos da empresa. Ele afirmou que foi contratado pelo procurador da Lavicen, Francisco Sacerdote.
Apesar de dizer que nunca visitou a sede da Lavicen em Abatiá (PR), o advogado afirmou ter "certeza absoluta" de que a empresa efetivamente alugou máquinas e equipamentos para a CBPO. Mas disse que nunca teve acesso às notas fiscais de compra ou de locação do maquinário.
Andrade afirmou que somente seu cliente, Francisco Sacerdote, poderia dizer qual é a origem das máquinas alugadas para a CBPO e que ele concordaria em falar com a Folha, desde que o repórter fosse para Curitiba.
Dois dias depois, a Folha procurou novamente o advogado para agendar sua viagem à capital paranaense. Então, o advogado disse que, contra sua orientação, Sacerdote teria afirmado que somente falaria sobre o caso ao Ministério Público do Paraná.
Questionado sobre a declaração da Gráfica Santa Gema, segundo a qual as notas fiscais da Lavicen não foram impressas na gráfica, Andrade afirmou que a declaração não teria valor porque seria assinada por Renato Drombowiski, dono de uma outra gráfica, também chamada Santa Gema, mas que teria outra personalidade jurídica. "Apenas a dona Alzira [proprietária da Gráfica Santa Gema Alzira Glaci Foesch Ltda.] poderá esclarecer a questão", declarou o advogado.
Informado pela reportagem de que a Folha tem cópia de uma declaração de Alzira Glaci Foesch na qual ela afirma que nunca teve contato com a Lavicen, que não conhece nenhum dos seus proprietários e que nunca confeccionou notas fiscais para a empresa, Andrade declarou que os proprietários da Lavicen deveriam explicar o fato.
Nessa última entrevista, ele disse que é advogado apenas de Francisco Sacerdote e que não tem procuração para falar em nome da Lavicen.


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