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CAMPANHA DE CIRO
Acusar o candidato tucano
de "destruir reputações" pode ser estratégia
Roseana Sarney pode tornar-se arma contra Serra
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A ex-governadora Roseana Sarney (PFL) pode vir a se transformar em munição na disputa entre
Ciro Gomes (PPS) e José Serra
(PSDB) por uma vaga no segundo
turno. Atribuir ao tucano o rótulo
de "destruidor de reputações" deverá ser a estratégia utilizada pela
equipe do pepessista caso o tucano use frases do ex-governador
sobre sua mulher, a atriz Patrícia
Pillar, para desqualificá-lo.
"Já pensou a Patrícia dizendo
que o Serra, não contente em destruir a reputação de Roseana Sarney, agora vai querer destruir a
dela também?", afirma um dos
aliados do presidenciável do PPS,
tentando ligar o tucano ao suposto grampo que teria levado à descoberta de R$ 1,34 milhão em um
escritório de Roseana. "Ia ser uma
maravilha. Entre o Serra e a Patrícia, você ficaria com quem?"
Ao ser questionado anteontem
sobre a participação da atriz na
campanha, Ciro respondeu que
sua mulher desempenha um dos
papéis mais importantes, o de
"dormir" com ele. Em seguida,
disse tratar-se de "brincadeira".
No mesmo dia em que a frase foi
dita, a equipe de Serra já cogitava
o uso de outro episódio vinculado
à atriz. Ela teria pedido calma ao
marido no jantar com empresários em que o ex-governador declarou que o mercado se "lixasse".
Um dos principais trunfos da
campanha do PPS, Patrícia deverá participar dos programas de
TV "sempre que preciso". Com o
objetivo de limpar a imagem satanizada que Serra teria criado de
Ciro, aliados do pepessista apostam no carisma, na credibilidade
e no passado "extremamente limpo" da atriz como arma.
A meta da campanha -que já
esteve 14 pontos à frente da do tucano, segundo o Datafolha- é
hoje simplesmente levar seu candidato ao segundo turno livre do
"barro" jogado pelo adversário.
"Nem que seja com apenas um
voto de diferença", dizem.
Por isso, as recentes críticas tucanas ao ex-governador na TV fizeram com que Ciro modificasse
sua propaganda e partisse também para o ataque.
"Quem está atrapalhando que
façamos um programa propositivo é o Serra", declarou Einhart Jacome da Paz, marqueteiro de Ciro, abandonando o estilo por ele
mesmo batizado de "feijão-com-arroz" de sua campanha.
Bombardeios às "contradições"
da proposta de Serra para a criação de 8 milhões de empregos deverão ser sua prioridade.
Avesso aos holofotes reservados
aos marqueteiros, Einhart, que
também é cunhado de Ciro, tem
evitado dar declarações desde que
a queda de seu candidato nas pesquisas deu início aos boatos de
que ele perderia o cargo.
Aos que lhe perguntam sobre
essa hipótese -negada pelo comando da campanha-, tem dito
que "ainda" não foi demitido. "A
diretoria avisou que estou prestigiado", brincou com amigos.
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